sexta-feira, 2 de abril de 2010

“NEM PARECE SEMANA SANTA, É COMO SE FOSSE UM DIA NORMAL”...

Assim disse minha mãe, perto do meio-dia de hoje. Não respondi nada de imediato, mas, em meu íntimo, eu concordava com ela. Tanto que fiquei um tanto receoso em ver “Teresa, o Corpo de Cristo” (2007, de Ray Loriga) ao seu lado, no sentido de que esta biografia da primeira mulher a ser canonizada como Doutora da Igreja inclui em sua trama seqüências de desejo carnal por Jesus Cristo. Não acho que isto seja necessariamente ofensivo, mas, dentro do contexto da reclamação de minha mãe, o era. Afinal de contas, foi-se o tempo em que os feriados religiosos, por mais subsumidos ao comércio que o fossem, eram respeitados como tais, como dias em que um mínimo de privação e questionamento de valores era sugerido aos fiéis. A pletora de instituições e seitas religiosas nos dias de hoje acaba com este intuito, o que só aumenta a minha agonia em não entender os desígnios de Cristo como sendo provenientes d’“o próprio Deus feito homem”. Lembro do tempo em que uma adventista trabalhava ao meu lado, no DAA, e ensinou-me a respeitar Jesus Cristo como um ente santo. Sinto saudades disto, enquanto minha mãe avalia, neste exato momento, a qualidade questionável das cantigas do padre Reginaldo Manzotti. “Hoje em dia, todo mundo quer ser cantor ‘gospel’”, reclamou ela, plena de razão. E eu permaneço agoniado... “Misericórdia de mim, oh, meu Senhor”!

Wesley PC>

2 comentários:

Lilian caroline disse...

Não sei se entendi bem o que quiseste dizer, me corrija se eu estiver errada, tá?
Mas analiso esse texto como uma crítica feita por vc até mesmo pela sua religiosidade, o que aprendi com vc. Alguém pode ser religioso sem entrar em um templo chamado igreja. Essa falta de Cristandade talvez que vc sente, eu inclusive axo que há um resgate por parte de nós em passar os filmes em todos as emissoras sobre Cristo duarnte os quatro dias santos e o próprio chocolate. Eu vendo um desses filme sobre Jesus hoje à tarde no canal 50 (SBT) que era sobre Jesus e Judas: a história da traição. Em uma das parte do filme, senti uma vontade de abraçar Jesus e estar nakela época e disse até a minha irmã evangélica que estava do meu lado assistindo comigo.(não é só pq o ator que fazia Jesus era bonito não, kkkk.)
A santidade e a busca da mesma depende de nosso olhar, pois os dias serão sempre normais, meu caro! Assim com o Natal o é!
Beijãooo!!!!!

Pseudokane3 disse...

(risos)

Talvez eu tenha seguido um caminho inverso, visto que o que mais me entristece seja justamente este uso oportunista da figura de Cristo (filmes mal-feitos envolvendo-o incluídos), mas...

A gente sobrevive. Os natais sofridos que já suportei são a prova viva disso!

Beijo...

(queria ser evangélico...)

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