quinta-feira, 4 de março de 2010

OSCAR 2010 – INDICADOS À MELHOR ANIMAÇÃO

Dentre todas as categorias indicadas as prêmio maior da indústria cinematográfica norte-americana, o quesito Melhor Filme de Animação é aquele que costuma ser o mais previsível acerca dos resultados, no sentido de que sempre há um filme muito destacado qualitativa e informativamente em relação aos demais. Este ano, o favorito absoluto é “Up – Altas Aventuras” (2009, de Pete Docter & Bob Peterson), também indicado aos prêmios de Melhor Filme, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e Melhor Roteiro Original. Já comentei este ótimo filme em duas oportunidades aqui no ‘blog’. Portanto, cabe dedicar algumas linhas aos demais indicados, inferiores, porém simpáticos:
A PRINCESA E O SAPO (2009, de Ron Clements & John Musker):

Um daqueles futuros clássicos bidimensionais, esta simpática história de amor repisa alguns clichês do gênero justamente tentando negá-los, sendo feliz ao transportar a trama para a mágica região de Nova Orleans, em que imperam a luta racial de classes e o folclore pós-escravista. Pena que o excesso de personagens secundários (aquela velha crítica chavonada aos simpáticos coadjuvantes das princesas da Disney) macule um pouco da sinceridade romântica do filme;

O FANTÁSTICO SR. RAPOSO (2009, de Wes Anderson):

Conforme acontece nas demais obras do diretor, é um precioso estudo de personagens amargos num contexto social marcado pelo capitalismo e pelas obrigações tipificadas na instituição de papéis familiares. Os atores/dubladores (George Clooney e Meryl Streep à frente) estão excelentes e a trilha sonora do xodó Alexandre Desplat é um deslumbre;


O SEGREDO DE KELLS (2009, de Tomm Moore & Nora Twomey):

Destacando-se pelo exotismo irlandês inerente à produção e a belíssima mistura de ícones budistas e bizantinos emulados no excelente traço dos desenhos, o roteiro é um tanto inócuo (desperdiça as entidades mágicas que vivem no interior de um bosque, por exemplo) e ideologicamente perigoso, no sentido de que não contextualiza a invasão ‘viking’ que tanto apavora os párocos protagonistas. Conclusão: é um filme abaixo do padrão regular de animação, mas diverte e encanta os olhos e ouvidos mesmo assim!


CORALINE E O MUNDO SECRETO (2009, de Henry Selick):

Relativamente afrancesado em sua concepção, o filme contém as marcas registradas do longevo colaborador de Tim Burton que atua aqui como diretor, contém uma magnânima trilha sonora ‘new age’ de Bruno Coulais (também músico do concorrente irlandês!) e o roteiro é encantador em sua primeira metade, chegando a lembrar até mesmo as lições de moral infantil femininas de 10 anos a cargo do japonês Hayao Miyazaki. Pena que, do meio para o filme, o filme submeta-se às exigências aventurescas comerciais sobre a valorização tardia dos pais atribulados com empregos, mas, ainda assim, o filme é encantador.

Conclusão geral sobre os cinco filmes: vejam-nos, sem medo de ser feliz, não importa a idade mental e/ou física que lhe atribuam.

Wesley PC>

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