segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

OSCAR 2010 – INDICADO Nº 1 [“AVATAR” (2009, DE JAMES CAMERON)] E A ARTE DE SEGUIR EM FRENTE...

Há fortes suspeitas de que “Avatar” (2009), filme mais recente do pretensioso James Cameron, seja um dos filmes mais laureados na premiação mais importante de Hollywood deste ano. Eu particularmente detesto o filme, conforme já fiz questão de frisar, mas, ainda assim, aceitei o convite de um vizinho reconhecido como público-alvo e revi o filme neste início de madrugada. Continuei a detestar o filme, mas surpreendentemente aumentei a nota do filme de 0,0 para 3,0. Revendo-o no conforto do lar, pude verificar algumas (poucas) situações entretenedoras obnubiladas pela irritante trilha sonora de James Horner e pela má interpretação de Sam Worthington.

Se eu já descria dos pseudo-discursos ecológicos e anti-bélicos do filme, a recusa de meu vizinho pós-adolescente em sujeitar-se aos clichês amontoados do filme frisou a minha ojeriza em relação a esta produção tão bem-sucedida comercialmente. Em verdade, não entendo o porquê de este filme horrível conseguir abocanhar elogios de pessoas tão respeitadas no que tange às suas parcas inovações formais e/ou tecnológicas em detrimento da narrativa, conforme já havia acontecido no sucesso anterior do diretor “Titanic” (1997). Juro, aliás, que tentei controlar meu ódio em relação ao conteúdo do filme – justamente por crer que o mesmo estimula precisamente o ódio – mas não é possível suportar muito tempo: o filme é mau, definitivamente mau!

Não sei se é digno não recomendar que o mesmo seja visto por outrem, mas assumo cá a dependência acerca de comentários críticos alheios sobre o mesmo. Excetuando-se o deslumbre em 3D (que nós, sergipanos, não tivemos a oportunidade de conferir), o que há de relevante, poético, ecológico, ético ou essencialmente cinematográfico em “Avatar”? Juro que eu desejo muito saber, de coração abeto, desejo muito saber.

Não sei se suportarei acompanhar os longos 162 minutos deste filme uma terceira vez (nem tampouco a xaroposa canção “I See You”, interpretada sem vontade por Leona Lewis durante os créditos finais), mas ficarei eternamente triste em virtude das corruptelas históricas sobre massacres de povos considerados “incivilizados” que são ostensivamente levadas a cabo pelo roteiro asqueroso do próprio diretor. Como será doloroso (e previsível) se ele levantar o troféu gritando que é “o rei do mundo” este ano novamente. Mas, como previu um amigo de amigo “500% capitalista”, a tendência agora é decair... E, conforme vemos na foto, a passos larguíssimos!

Wesley PC>

Nenhum comentário: