sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

TÃO FÚTIL QUANTO UMA MOÇA DESENXABIDA E SOLITÁRIA QUE ESPERA PELO PRÍNCIPE ENCANTADO...

Aviso: ao contrário do que a coletividade do ‘blog’ faz sugerir, esta postagem será bem menos um texto de interesse coletivo do que um urgente desabafo pessoal. Tem que ser agora senão eu desabo!

É pouco mais de meia-noite. Depois de trabalhar quase 14 horas ininterruptas, cheguei em casa e, ao invés de me entregar ao óbvio cansaço, vi o 13º (e até então último) episódio do seriado de TV mais impressionante que já vi. Talvez eu não seja o melhor indicado para estabelecer tal gradação, visto que minha relação com qualquer obrigação que não seja cinematográfica é apenas tangencial (vide minha afeição cautelosa a ótimos produtos episódicos como “Twin Peaks”, “Minha Vida de Cão”, “Will & Grace”, “Dexter”, “Scrubs”, “Nip/Tuck” ou a primeira fase de “Smallville”), mas “Glee” mexeu comigo. De verdade e profundamente, mexeu comigo. Com todos os problemas e altos e baixos, mexeu muito comigo. Não sei se foi um momento oportuno de fraqueza, se sou o público-alvo facilmente manipulável pelos criadores da série ou se foi uma mera coincidência exagerada, mas este seriado mexeu comigo. Penso nele boa parte de meus dias recentes, enquanto ouço a trilha sonora. Talvez eu seja mesmo tão fútil quanto uma moça desenxabida e solitária que sonha com o príncipe encantado!

Para quem ainda não conhece o seriado, alguns comentários ‘em passant’, são 13 episódios, geralmente preenchidos com música (tipicamente norte-americana) de qualidade ou com fácil retenção ‘pop’. O episódio inicial é bastante eficiente em sua apresentação dos personagens principais, do amontoado de fobias e frustrações que movem o garotinho afetado apaixonado pelo capitão de futebol do colégio, que é também alvo da atenção platônica de uma talentosa e petulante garota rejeitada por outrem, mas que sofre por vê-lo coligado à bela líder de torcida, por sua vez grávida do melhor amigo do namorado. Os episódios que se amontoam até o oitavo são irregulares em sua mixórdia de dramas adolescentes pessoais e chistes competitivos tipicamente estadunidenses. Até que os roteiristas atingem o paroxismo da funcionalidade catártica em três episódios infelizes que me fizeram derramar lágrimas (juro, eu chorei diante deste seriado) e voltam novamente a derrocar em virtude de sua filiação à competitividade tipicamente estadunidense e, ainda assim, ser maravilhoso em sua coesão previsível. Tudo o que supúnhamos que aconteceria ao final de temporada logo no primeiro episódio se concretiza ao final, mas, como foi lindo perceber toda esta coesão de fracassos disfarçados de vitórias (ou será o inverso?)! Fiquei profundamente encantado com o resultado e, por mais que esta empolgação toda me deixe envergonhado, não posso deixar aqui de elogiar bastante este seriado: “Glee” marcou a minha vida!

Em alguns capítulos, eu ficava pensando: “caralho, estas pessoas não têm o que fazer não? Ficam o dia todo cantando e ensaiando músicas? E a vida comum?!”. Pois bem, nos últimos quatro dia,s conforme reclamado bastante aqui, trabalhei sem parar. Chegava em casa já preocupado com o volume de trabalho do dia seguinte. Mais de 1.000 pessoas por dia! O que sobrava para viver? Mal percebi que, em meio a esta enxurrada de exercícios laborativos, rebolei para conseguir dinheiro para comprar comida para os animais de meu quintal, enfrentei uma luta para impedir que matassem a cabrita da família numa cerimônia de formatura, descobri que meu fornecedor de sêmen e afeto recôndito está com uma micose genital e fiz de tudo para mostrar que estou a seu lado mesmo nestes momentos de impedimento proto-sexual, preocupei-me com as atitudes revoltosas de meu irmão caçula no dia de seu aniversário revoltoso, senti saudades de pessoas que não estou mais tendo tempo de ver e fiquei triste porque meu reprodutor de DVDs parou de funcionar. Muita coisa aconteceu sem que eu percebesse. Viver é assim mesmo!

E é isso: por mais que minha empolgação midiática hodierna seja quase irritante (não estranhem se eu aparecer feito uma tiete vestindo uma camiseta do seriado – risos), eu juro que tudo tem explicação, que há uma razão por detrás de minhas atitudes fúteis. Ao final de “Seccionais”, último episódio da primeira temporada do seriado, quando os membros do elenco jovem cantam e dançam uma versão melhorada de “My Life Would Suck Without You”, da Kelly Clarkson, que logo desembocaria num beijo (im)previsível e esperado, eu estava com uma lagrima teimosa no cantinho do olho, feito aquelas vizinhas idosas que se emocionam com o término de suas novelas favoritas. Talvez eu seja mesmo como uma moça fútil à espera do príncipe encantado... Mas e daí? Enquanto eu não tomo vergonha na cara e percebo que ele não vai chegar, muitas coisas acontecem ao meu redor, bem como dentro e fora de mim!

Wesley PC>

Um comentário:

américo disse...

consegui usar o pc! aleluia! kkkkkkk

o que queria dizer, é que vc É um personagem do glee! onsigo te ver num personagem, poderiam te contratrar, hehehe sabe cantar?

o texto tá lindo lembrei de cada episódio o lendo... quiser ajuda pra usar a camisa também, estou aqui! hhehe

em maio se nao me engano começa a segunda temporada, XDDDD

ei até amanhã no cine, q hrs mesmo?


see u


américo