quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

“QUANDO EU DESCOBRI”


Este é o título de um ‘best seller’ escrito pelo profissional de televisão norte-americana Robert Trachtenberg, que foi transformado em documentário pelos diretores Fenton Bailey & Randy Barbato em 2008. Vi-o na tarde de hoje e, para além de suas obviedades formais, agradou-me deveras.

Trata-se de uma série de homossexuais masculinos e femininos, enquadrados em primeiro plano e respondendo unicamente à questão-título: a partir de que momento eles se perceberam como homossexuais? Obviamente, gastei boa parte da duração do documentário imaginando-me enquanto respondente. O que eu diria se estivesse lá? Que desde que percebi que tinha um protótipo de consciência (aos 3 anos de idade, talvez), lembro de vivenciar experiências fortemente sexuais, boa parte delas de cunho homoerótico. Será que foi a partir daí que eu descobri? Houve realmente alguma descoberta? Não sei responder. Não disponho de segurança terminológica psicanalítica suficiente para tal.

Dentre as entrevistas, três depoimentos em particular me chamaram a atenção: um rapaz comentando que descobriu que sentia atração sexual por pessoas do mesmo sexo quando se encantou pelo modelo masculino que estampava o rótulo do remédio para dor nas costas de sua mãe; o jovem que confessou que sua primeira ejaculação ocorrera quando estava a assistir um programa televisivo sobre pigmeus em que os pênis dos mesmos estavam à mostra; e a graciosa lésbica que se sentira completamente identificada com um trecho da letra da canção “Iris”, do grupo Goo Goo Dolls, quando esta fala algo sobre algo que ela sente vergonha de que seja conhecido pelos demais habitantes do mundo, visto que estes seriam inaptos para entender o que ela estava sentindo. Admito que me emocionei de verdade nestas três situações.

Ao final do documentário, a maioria dos entrevistados anuiu que seria muito menos trágico para os jovens homossexuais se a distância entre o ato de descobrir-se homossexual e o ato de assumir-se como tal não fossem tão distantes entre si. Concordei, por extensão, mas insisto em recomendar o filme: muito, muito bom!

Wesley PC>

2 comentários:

Debs Cruz disse...

Hunm...
Vou procurar, fiquei com vontade de assistir.
Se não achar, vc me empresta?
Um cheiro, sobrinho sumido!

Fábio disse...

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