terça-feira, 15 de dezembro de 2009

“NÃO HÁ DESTINO, EXCETO O QUE FAZEMOS”?

Por vias normais, “O Exterminador do Futuro: A Salvação” (2009, de McG) não seria um filme que constaria de meus favoritos. Às 11h de hoje, porém, enquanto frustrava-me por ter acordado tarde para ir à praia, fui convidado por um vizinho para assistir a tal obra obviamente deletéria, absurdamente desnecessária e dissonante dos ótimos filmes originais dirigidos pro James Cameron. Aceitei o convite por interesses fortuitos (necessidade de sociabilização e análise da anomia contemporânea de Hollywood à frente) e fui acertado em minhas previsões: o filme é horrendo!

Confesso que, ao analisar o currículo bagunçado do diretor McG, fiquei empolgado em imaginar a esculhambação típica de sua montagem na saga interminável do militante da resistência humana contra as máquinas John Connor. Não obtive êxito. O filme é mui comportado em sua obsessão insistentemente explosiva. Os bons atores envolvidos no projeto (Christian Bale, Bryce Dallas Howard, Helena Bonham Carter) são desperdiçados, o roteiro é estapafúrdio, a forçação de barra das situações de perigo que envolvem os humanos desprivilegiados é intragável! Ainda assim, foi a sessão foi sociologicamente divertida. De 10 em 10 minutos, o meu vizinho/amigo/fornecedor comentava: “a luta é injusta”! De meu lado, eu brincava com os jargões imbecis do filme (“o que diferencia os humanos das máquinas é que nós enterramos nossos mortos” ou “para continuar sendo um ser humano, é preciso manter-se vivo na mente e no coração” como sendo alguns deles) e ficava chocado ao imaginar como um filme infundado como este obteria qualquer mérito de público. O que está acontecendo com o público de cinema, oh, meu Deus?!

Em verdade, não era bem sobre isso que eu queria escrever, mas estou tão atolado de trabalho estes dias que desafogar minhas mágoas com qualquer assunto (ou filme ou pessoa) far-me-ia deveras bem. É isso! Gosto bastante do mês de dezembro, mas, ao mesmo tempo...

Wesley PC>

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