domingo, 1 de novembro de 2009

“AMAR NÃO BASTA”!

Assim diz a personagem Maria (Natalie Wood) – cujo nome parece “a mais bela das canções quando falado e uma oração quando murmurado” – segurando o corpo de seu amado numa cena-chave do clássico “Amor, Sublime Amor” (1961, de Jerome Robbins & Robert Wise), musical vencedor de 10 prêmios Oscar e que, talvez por causa disso, sempre me fez olhá-lo com desconfiança, não obstante a beleza das canções e as coreografias latinas seduzirem qualquer um. Revendo o filme hoje, por sugestão de uma série de coincidências amistosas, percebi o quanto ele é contestador no plano sociológico. Incluir maconha, prostituição, travestismo, espancamentos domésticos, xenofobia e diversos outros assuntos que hoje são clichês citadinos em um filme que se pretendia (e conseguiu ser!) um sucesso escapista de público apaixonado me faz aplaudi-lo de pé, me faz querer recomendá-lo a todos os meus conhecidos, não obstante imaginar que eles acharão relativamente datados os movimentos um tanto afetados de balé de gângster na seqüência de abertura. Mas, que seja, no plano avaliativo da delinqüência juvenil, o filme é um primor: mal acabou e fiquei com vontade de revê-lo, para além de as letras de algumas das canções não me saírem da cabeça. E olha que eu tendo a imaginar que amar basta, amar basta, amar basta...

Wesley PC>

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