terça-feira, 4 de agosto de 2009

UMA ESTÓRIA DE INFÂNCIA (PARA TENTAR NÃO FALAR DE RAFAEL MAURÍCIO)


Darei uma de Rafael Coelho e trarei à tona uma reminiscência obsedante de infância: quando eu tinha por volta de 6 anos, saí com minha irmã 17 anos mais velha e meu irmão caçula para passear num domingo. Fomos à Bica de São Cristóvão, à época turisticamente relevante. Enquanto minha irmã flertava com os transeuntes, eu e meu irmãozinho brincávamos nas águas. É sabido que crianças são bem mais comunicativas que os adultos, de maneira que, naquele local, conhecemos outras crianças, entre eles, um turista interestadual de nome Sayon. Conversamos, brincamos e, dentro de minha lascívia (in)comum para a idade, confesso que senti uma atração inocente pelo menino. Mas meus interesses eram outros: queria aprender a nadar, queria brincar na água, queria abraçar aquele corpinho infantil diante de mim... Terminei defecando na água. Eu, Sayon, meu irmão Rômulo e a irmã do tal menino brincávamos na água e, de repente, um imenso tolôco de bosta boiou até onde estávamos. Não assumi que tal merda era minha (risos). Em seguida, caminhamos pelas belas paisagens naturais do lugar e deparamo-nos com várias senhoras idosas 9 (a que conhecíamos pelo apanágio “as velhas”) debaixo de uma cachoeira, completamente nuas. Até hoje penso que o lugar é enfeitiçado (risos)!

Era um dia de domingo, conforme já adiantei. De repente, tornou-se tarde e noite. O garotinho que conheci e que me atraiu tinha dinheiro. Eu não. Ele comprou picolés, sorvetes, salgadinhos... Deu-me alguns, era uma criança generosa. Anos se passaram e, obviamente, nunca mais tive notícias deste moço. Ontem, fiquei com curiosidade de pesquisá-lo pelo Orkut e deparei-me com esta fotografia, entre outras, que parece com a imagem mental que eu tenho do moço (que jamais saiu de minha mente, diga-se de passagem). Tentei puxar conversa, mas ele não me respondeu. Será que é ele mesmo? Será que este moço da foto já veio a Sergipe? Será que existe algum motivo para encontrarmos as pessoas e nunca mais as vermos de novo? Meu irmão não se lembra deste menino. Eu me recordo, sim, eu me recordo!

Wesley PC>

Um comentário:

Marcos Zambrano disse...

Maravilhoso ler sua vida. Fui uma criança assim como você. Algumas crianças e personagens e rostos, jamais sairão da minha mente.

Sua observação sobre o LP ou CD do Caetano veloso é perfeito . Deixa a gente com Tzão.
Um abraço, Marcos.