sábado, 8 de agosto de 2009

SOBRE A IMPORTÂNCIA DE REVER CONCEITOS...


(por respeito a valores alheios, tentarei não citar nomes nesta confissão)

Quando eu cursava a 6ª série do Ensino Fundamental, vi uma imagem num livro de Geografia que marcou a minha vida: um bebedouro duplo sul-africano, metade para brancos, metade para não-brancos. Na parte reservada aos brancos, azulejos alvos, fiação elétrica em bom estado, água geladinha para os usuários. Na outra parte, uma parede deteriorada, fios desencapados à mostra, água suja. Na minha adolescência de sociopata, esta foi uma das mais fortes imagens de concentração preconceituosa apresentada diante de meus olhos. Senti vergonha por ter sido condicionado a alguns chavões preconceituosos neste dia (fui uma daquelas crianças que, nalgum momento de seus dias, cantou a famigerada desonra contida nos versos “neguinho preto do sovaco fedorento, rala a bunda no cimento, pra ganhar mil e quinhentos”)...

À medida que fui envelhecendo, desenvolvi uma tendenciosa repulsa a beijos (talvez por ter logo percebido que isso não era algo comum a homossexuais com cáries na década de 1990) e preferia os meninos com pele extremamente esbranquiçada (pois estes eram comumente rejeitados pelas meninas ávidas de minha geração). Com o tempo, tais preferências e repulsas tornaram-se dogmas, prisões voluntárias, até que cheguei em Gomorra e...

[e...]

Wesley PC>

2 comentários:

Unknown disse...

Quando meu irmão estudava em uma escolinha, ele reclamava todo dia quando chegava em casa porque uma menina cantava aqueles versinhos.

Pseudokane3 disse...

Vergonha, vergonha...

Eu já cantei aquilo!

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