sábado, 8 de agosto de 2009

O QUE SERÁ QUE NOS ACONTECERIA SE EU ESTIVESSE COM AIDS?


Acabo de ver um filme televisivo muito elogiado chamado “Todos Contra Léo” (2002), do novo destaque francês Christophe Honoré. A trama é bem comum (um rapaz ‘gay’ descobre estar com AIDS e, ao contar para a família, manifestações inesperadas de respeito são trazidas à tona), mas o modo como ela é narrada faz a diferença: na maior parte dos eventos, focamos ao lado do irmão de 12 anos do protagonista, que está a descobrir a sua própria sexualidade, que é repreendido pelo pai quando fala em orgia, que folheia os anúncios de ‘lingerie’ feminina quando está trancado no banheiro, que se sente rejeitado quando seus irmãos não o convidam para nadar nu na praia e que fuma um cigarro “pela primeira e última vez” apenas para manter viva na memória a lembrança do irmão com quem tem tanta afinidade. É um filme apenas mediano, mas, considerando-se alguns dos acontecimentos coincidentes na festa de Gomorra desta madrugada (segredo ainda), me fez pensar se eu mudaria muito se me descobrisse portador de alguma doença terminal. Desde pequeno, aliás, quando começaram a investir propositadamente na associação entre AIDS e práticas homossexuais que eu passei a nutrir uma indiferença manifesta pela doença. Creio que não faria muito estardalhaço (salvo o publicitário) se algo me levasse a adquirir o HIV. Não que eu queira isso ou não me importe, obviamente, mas o fato de nunca ter conhecido um aidético na vida real me torna descrente em relação à abrangência de contágio da síndrome. Tudo bem que eu não faça sexo da maneira convencional, mas a minha obsessão por ralos de banheiro (que, em breve, tornar-se-á tema de um roteiro de curta-metragem a ser escrito por Max Vieira – risos) e pelo sêmen que tenciono encontrar ali me coloca no topo da lista de potenciais infectados pelo vírus. Por estas e outras, com toda a minha “virgindade” lancinante sou impedido de doar sangue pelas instituições competentes, sob o pretexto de que sou vinculado a “atividades sexuais de alto risco”. É fogo, né?

Wesley PC>


*PS 1: em breve, RALO DE MEL estará sendo exibido num cinema próximo de Gomorra (risos);

*PS 2: camisinha comigo não rola! (chuif)

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