quarta-feira, 5 de agosto de 2009

KARL MARX E SIGMUND FREUD ERAM DO SIGNO DE TOURO!


Esta semana, em ocasiões completamente diferentes, duas pessoas insistiram que eu era do signo de Gêmeos. Segundo elas, a minha hiperatividade, combinada com uma suposta fecundidade profissional, teriam a ver com aquele signo. Por mais que eu dissesse que não ligava para o Zodíaco (não obstante saber que sou do signo de Capricórnio, que nem Jesus Cristo), elas disseram que eu devo ter um ascendente geminiano em algum lugar. Dei de ombros. Ao chegar em casa, resolvi ver um filme que eu sabia que incomodaria minha mãe, em virtude de seu apelo irremediável à tristeza: “O Desafio” (1965, de Paulo Cezar Saraceni).

Para além de suas inúmeras virtudes roteirísticas e directivas, este clássico do Cinema Novo Brasileiro é mundialmente conhecido por conter cenas do concerto “Opinião”, com Maria Bethânia. Admito que a cena é precisamente genial, mas o filme me incomodou bem mais do que isso! Os planos são longos em demasia, os diálogos reiterativos, as atuações esquemáticas ou rebuscadas... Tudo corroborava o tédio e a impotência de que o filme reclamava. O filme incomodava. Os atores pareciam estar contando os passos enquanto declamavam. Os protestos contra a tepidez dos burgueses afetados pela miséria do mundo pareciam mecânicos. Mas o filme é ótimo e perturbador!

“Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando,Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará come inté cobra queimada
Quando chega o tempo da invernada
O sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará ,Pega, mata e come

Carcará, Num vai morrer de fome
Carcará, Mais coragem do que home
CarcaráPega, mata e come”

Perto da cena final, dois companheiros jornalistas, afobados e atormentados pela censura do regime militar ditatorial instaurado à época discutiam o fracasso de suas ideologias e o poder destrutivo dos dirigentes políticos de sua geração. Assim chegaram aos signos de Karl Marx e Sigmund Freud e a um convite para beber cachaça na casa de um deles. Era tarde, mas a esposa estava acordada, pondo uma criança para dormir. Desperta, a esposa pede um cigarro. O marido dorme, embriagado de álcool e cansado. Ela, então, aproveita a oportunidade para assediar o convidado. Alisa seus pés, beija sua boca... “È tempo de guerra!”

Wesley PC>

Um comentário:

Anderson Luis Ninovon disse...

eu sou taurino! será que é por isso que minhas ideologias são fracassadas ?? rsrsrs

a venalidade é um direito superior a todos os direitos, ja dizia o diabo do conto de machado...

é como eu sempre digo: minha ideologia é vendável mesmo, a vida me ensinou a ser assim ...