terça-feira, 4 de agosto de 2009

“FAZ 23 ANOS QUE EU NÃO BEIJO NINGUÉM NA BOCA”...


Assim reclama uma solitária dona de bar em “A Bela Junie” (2008, de Christophe Honoré) que está em cartaz num cinema aracajuano esta semana. Acabo de ver o filme e me encantei deveras com os personagens derrotistas. Não sei bem como resumir a trama, senão antecipando que uns amam aos outros sem o saberem e mostram-se egoístas em suas tentativas de libertarem-se da desilusão por isso. Basicamente, a moça do cartaz e do título brasileiro é uma jovem cuja mãe morreu recentemente. Ela muda de colégio e desperta a atenção de vários rapazes, além do professor de Italiano, que tem um caso com a professora de História e com uma rapariga loira, que, por ser representante de turma, não acredita que segredos devem ser guardados. Perambulando etereamente com sua expressão triste, Junie se deixa envolver com um melancólico rapaz loiro, que sente ciúmes dela e não entende sua tristeza freqüente. Paralelamente a tudo isso, uma história homossexual mal-costurada resultará em prisão. Ponto continuando.

Esperava não gostar muito do filme, visto que a pessoa que me repassou o filme foi discreta nos comentários sobre o mesmo, não obstante compartilhamos a empolgação sobre a carreira recente e ultra-romântica do diretor Frances Christophe Honoré, que insiste em homenagear a ‘nouvelle vague’ a cada novo filme. Fui tomado de assalto: o filme não somente é belíssimo, como valoriza sobremaneira cada uma das canções do jovem suicida Nick Drake que aparecem na projeção:

“I never felt magic crazy as this
I never saw moons knew the meaning of the sea
I never held emotion in the palm of my hand
Or felt sweet breezes in the top of a tree
But now you're here
Brighten my northern Sky”

Conclusão: é assim, de forma tímida e extrovertida, que desejo feliz aniversário a meu amado e disfarçadamente austero Rafael Maurício.

Wesley PC>

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