terça-feira, 7 de julho de 2009

SE EU TIVESSE CHEGADO 25 MINUTOS DEPOIS...


Esta é a duração aproximada de “Um Canto de Amor” (1950), único curta-metragem de meu pai literário Jean Genet, que, só por este filme, inscreve definitivamente seu nome no panteão dos grandes cineastas.

Creio que já falei sobre este filme aqui, mas não custa revisar: no início do filme, vemos duas janelas contíguas em uma penitenciária. As mãos de um prisioneiro tentam enviar flores a outro, situação recorrente em todos os magníficos romances do seu autor, que, admito, se parecem bastante, mas são únicos em sua intimidade. Um guarda flagra este ato de amor e tenta proibi-lo. Observa cada uma das celas. Prisioneiros masturbam-se, dormem, amam, sofrem, etc.. Sabemos que o guarda está enciumado, mas ele não sabe ainda. Puxa uma arma contra um preso lúbrico. O desfecho da trama não precisa ser revelado ainda. É magnífico!

Vejam o filme, vejam o filme, vejam o filme. É uma das mais belas declarações de amor do cinema e um das obras-primas pioneiras na abordagem sensível do homoerotismo. Se não me engano, ele está completamente disponível no YouTube e eu possuo uma cópia que disponibilizo com o maior prazer (no sentido mais literal do termo). Hoje emprestei a um moço. “Tu tens problemas com filmes sobre homossexualismo explícito?”, perguntei eu. “Não”, respondeu-me ele. Aguardo ansiosamente o comentário dele sobre o filme...

Louvado seja o São Jean Genet!

Wesley PC>

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