sexta-feira, 24 de julho de 2009

O MUNDO E SEUS SONS


Alguns sabem como sou alucinado por sons diferentes.
Sempre me permito a escutar algo fora do comum e, de preferência, lombrado.
Quando ainda estava na Gomorra via nas minhas viagens a possibilidade de romper as "fronteiras do som", no sentido desbravador da idéia.
Pois bem, já passamos por Salvador, Feira de Santana, ENCA e, finalmete, Brasília. E nesses lugares alguma novidade sempre se apresentou.
Na casa de Anne a descoberta foi mais por conta de Barba que portava em seu pen drive exemplares do delirante Duub e umas viagens de uma cara da África chamado Fela Cut. Reconheço também que o pouco tempo na casa de nossa amiga não seria suficiente para adicionar novidades, apesar de ver em seu computador um pequeno acervo o qual foi justificado por uma perda recente.
Em Feira a para foi pesada.
Primeiramente pude permanecer 12 dias chapando com várias pessoas, de moradores a visitantes. Logo quando chegamos a Feira, nisso era umas 7 ou 8 da manhã, fomos guiados até a casa de Ran por um rapaz chamado Israel. Como aquele não se encontrava fomos levados para um casa localizada na parte esquerda da estreita rua onde funcionava a república Alambique. Fomos recebidos por uma belíssima garota que trajava alguns adereços indígenas e que se chamava Priscila. Não havíamos entrado e já ouvíamos a voz de Clara Nunes partido de dentro da casa. Entramos, e mal nos familiarizamos com o ambiente, recebemos o convite para fumarmos um, enquanto, de um quartinho da parte esquerda da casa, continuava o agradável som da cantora brasileira.
Já aceso o cigarrinho, Priscila propôs que puséssemos no toca discos um vinil de um grupo chamado Tucoãs. Nunca tinha ouvido falar, porém, na capa, três caras vestidos com calças vermelhas prostavam-se como a olhar para o horizonte, um ao lada do outro, tendo como paisagem, uma linda praia.
Velho, foi incrível. As músicas continham uma clara origem negra, com percussões incríveis e arranjos mais incríveis ainda. Lembro de algumas músicas. Duas são bastante conhecidas. Eram mais ou menos assim

  • Ô uou ô, em bolê,

ô uou diga aê,
embola...

  • Ô balum aê,

baba orixa aê,
meu padrinho, meu balu aê
orixá aê

  • Ô raposa!

O que é Guará?(2x)

Vc ta chupando cana dentro do canaviá.

Ô raposa...

Viajei dando risos de contentamento ante a tão incrível descoberta.

O interessante é que pela noite fui novamente a moradia estudantil e comentei sobre os Tucoãs, e havia gente que conhecia a banda sem ser morador da casa.

Ainda em Feira faria mais duas incríveis descobertas.

Uma foi um CD de Maria Bethania, Meus Momentos. Uma coletânea com músicas que, em sua maioria, não conhecia e que Ran costumava ouvir insistentemente. Dentre elas a última marcou minha passagem por Feira.

A então canção se chama “Ele falava nisso todo dia” e conta a história de um rapaz de 25 anos que vive preocupado com a segurança da família, com o futuro desta e acaba por morrer atropelado em frente a companhia de seguros. Tanto a idéia quanto a interpretação da canção são fantásticas. Porém seus benefícios foram muito além da descoberta.

Estava anoitecendo e, enquanto tocava o então cd, escrevia o diário de vigem. Repetir a última música umas 3 vezes até chegar Paulo e nos convidar para compartilhar um. Na cabeça a canção não parava de tocar e aquilo me animava cada vez mais. Estava apenas eu, Barba, Paulo, e uma garota que saiu ainda cedo. Muito tempo depois foram chegando mais pessoas, mais ai eu já lombrava no som do mestre Bob Marley.

Eu já sabia da grandiosidade como também gostava das canções de Boby, porém faltava algo que somente naquele dia passou a acontecer; eu havia sentido o som de Boby!

Foi foda!

Além desses, rolou outras novidades (ao menos para mim) como Gil e una reggae lá de Feira que era bem plebas, no entanto era audível.

Após isso foi o ENCA.

Lá era tudo na hora, com o que tivesse. Como no ENCA passado houve muita reclamação de zuada, este ano proibiram tambores, ou qualquer instrumento que não fosse o violão, flauta, e uns tambores de barro que não faziam muita barulho mas tinham um som peculiar. Até assobios foram proibidos na área de convivência!

Lá também conheci Tom. Um Francês que estava a 3 meses no Brasil e que conseguia falar e ler em português fluentemente. Tom tocava violão como poucas vezes tinha visto. Segundo me contou ele aprendeu com amigos da Argélia, Marrocos e pessoas de origem cigana. No primeiro dia que nos conhecemos eu o acompanhei no tambor de barro por mais de 4horas enquanto ele tocava Buena Vista Social Club, The Doors, músicas ciganas etc. Chegamos até nos encontrar aqui em Brasília, onde ele veio buscar a namorada que vinha da Eslovênia. Os dois ficaram na UNB por 4 dias e deu pra conhecê-lo melhor

Houve ainda uma quinta feira de muita magia no ENCA. Nesse dia parecia que quem se arriscasse a tocar um instrumento se daria bem. Eu e Braba cantamos The End só com um colher, um caneca e lombra na cabeça. Foi massa! Depois fomos na vivência onde se concentrava as atividades. As pessoas estavam atirar um som muito louco. Toda hora chegava um e tocava algo e ainda assim o som continuava perfeito, isso por horas.

Depois disso, Brasília. Aqui quase não ouvir música. Teve a festa da UNE onde rolou o Show de Móveis Coloniais. Foi muito bom, o vocalista é muito animado eles meantem uma relação mais próxima com o pulblico, ao menos aqui eles desceram do palco e cantaram e pelaram com agalera. Ontem tambem rolou uma parada massa.

Enquanto fumava com uma galera e eles colocaram um reggae de uma cara com nome que parecia ser de origem Francesa. Se alguém quiser arriscar, escreva no comentário que quero muito lembrar.

Coelho

FLWS

4 comentários:

Pseudokane3 disse...

Ui, ui, namorada eslovena... Conhecendo gente, moço!

O Fela Kuti é mesmo muito bom, Curto deveras estes africanos jazzísticos...

Maria Bethânia continua alegrando (ou entristecendo?) as noites de nosso amigo Ferreirinha...

E, não conhecia o bate-tambor citado não...

Tive problemas com religiões africanas hoje mais cedo, mas me pediram segredo sobre o caso...

Não posso falar!

saudadesonas mui sonoras!

WPC>

Coelho Santana disse...

N averdade ela é da Turquia mas estudava na Eslovênia
Me lembrei de vcquendo ela cantou uma canção regional do país.
Ela fava em Inglês, então quase naõ conversei com ela, mas sei que a mãe dela perguntou qundo ela sai de casa:
-Pq vc vai levar tanta roupa?
VC só precisa de uma tanga!
RERERERE

Unknown disse...

Eu não consegui achar Tucoãs, queria ouvir. A segunda música que você cita deles eu conheço pela Timbalada. Madruga que andava cantando essa música: "ô baluaê..."

Coelho Santana disse...

Leno a primera música ghegou aser tocada pelo è o Tchan, eu acho.
Se não foi. foi uma dessas bandas que canta putaria pra criança.
Há referência maldita!