segunda-feira, 6 de julho de 2009

O INCREMENTO CÔMICO DA GENIALIDADE


A foto acima e o título “Ricky Bobby – A Toda velocidade” (2006, de Adam McKay) com certeza não seriam suficientes para que eu visse este filme. Porém, ao investigar pormenorizadamente a ficha técnica do mesmo e constatar lá o nome do inspirado Judd Apatow como produtor me fez mudar de idéia. Ontem eu revi o filme e, que grata surpresa: gargalhei ainda mais do que da primeira vez! Sei que parece despropositado dizer isto, mas terei coragem: “Ricky Bobby – A Toda Velocidade” é um filme genial!

A trama aborda a trajetória de vida do personagem-título, que, desde pequeno, é compelido a se tornar um competidor automobilístico obcecado em ser o primeiro lugar, somente o primeiro lugar, nada além do primeiro lugar. Casa-se com uma loira lasciva e realiza um pacto corporativo com seu melhor amigo, também competidor. Depois que sofre um trauma psicológico em virtude de um grave acidente, receia voltar às corridas, mas a perda de seu casamento, o reencontro com o pai ausente e a rixa pendente com um francês pernóstico o motivarão a continuar e a voltar por conta própria às corridas. Sabendo-se de antemão que eu desgosto de qualquer tipo de esporte, seria realmente uma surpresa se eu gostasse deste filme. E foi: ele é ótimo!

Alguns dos traços estilísticos dos filmes produzidos pelo Judd Apatow que mais garantem o meu fanatismo em relação a ele são a sua sanha referencial pós-moderna [vide a maravilhosa cena em que o beijo instintivo de um casal é comparado a um videoclipe do Whitesnake ou quando dois rivais comparam-se a personagens de “Highlander, o Guerreiro Imortal” (1986, de Russell Mulcahy)], sua consciência de problemas contemporâneos como a promiscuidade/virgindade crônica e o vício em drogas (vide as reações do protagonista ao casamento de seu melhor amigo com sua esposa ou seus planos do protagonista em se transformar num traficante de ‘crack’ “bonzinho”) e o humor negro sempre respeitoso em relação ao caráter dos personagens (vide a seqüência pós-créditos em que duas crianças analisam a ambigüidade moral dos contos de William Faulkner, um demorado beijo na boca entre dois homens e os incentivos do chapado pai de Ricky Bobby para que seu filho supere o medo de voltar ás corridas). Além de tudo isso, a seleção musical é primorosa (e tão longa que seriam necessários mais de 3 CDs para conter todas as músicas), o elenco é extraordinário (Will Ferrell, Sacha Baron Cohen e John C. Reilly estão magníficos) e a quantidade de piadas por minutos é sobressalente, de maneira que é impossível não gargalhar com este filme. Recomendo de pé!

Wesley PC>

Nenhum comentário: