sábado, 25 de julho de 2009

ESSA PORRA DE NOVO!

Pois então, hoje sairei das minhas reflexões sobre o mundo e apenas relatarei um fato por demais interessante e digno de reflexão (não dá pra fugir).
Bem, aqui na UNB, estamos alojados em um salão de um dos dois prédios da residência universitária. Segundo contou alguns moradores, o prédio foi criado na década de 70 para alojar atletas que estariam a competir no Centro Olímpico, que fica ao lado da Casa Estudantil. Porém nessa mesma época os estudantes ocuparam e, até hoje funciona como moradia dos estudantes.


Ilustração 1 Prédio B, parte de traz, onde estamos estalados. O salão fica quase que na frente do carro
Ilustração 2 Prédio A, onde tem dois terminais de internet. O Centro Olímpico fica seguindo a trilha de piçarra. O prédio B fica a traz desse.

Todas as manhãs fazemos o mesmo processo. Acordamos pouco antes das nove e vamos para uma fila no prédio A, onde são distribuídas das às sobra do café da manhã e, nos finais de semana, almoço e janta. Quando falo sobras, não significa que estamos comendo raspas de prato, mas na verdade o café é servido em uma sacola plástica transparente, meio com uma cesta básica, onde geralmente vem pão com mortadela ou requeijão (ou os dois), um suco de caixa e uma fruta (maçã ou banana). Há ainda a opção vegetariana que as vezes conseguimos pegar; sanduíche integral com uma creme com cenouras ou biscoito Club Social, Danone ou suco de caixa, as vezes uma barra de cereal e fruta (maça ou banana). Aí, quando bate as 9 horas são distribuidas as sobras. No entanto este café da manhã é uma conquista recente de mais ou menos três meses. Além dessas opções há mais de 4 pés (eu acho, nunca contei) de abacate entre os prédios. Inclusive já fiz guacamole umas duas vezes; meia boca.
Bem, depois ou vamos tomar banho no C.O, onde concentra o curso de Educação Física, ou ficamos morgando aqui na área.
Hoje fizemos somente o primeiro processo, sendo que Barba quase sempre come no salão onde dormimos e eu como em um espaço que há entre os dois prédios. O espaço tem alguns pés, entre eles os de abacate que não para de cai o dia inteiro, e uma horta, pequena, que pelo que fiquei sabendo está funcionando faz 1 semestre, porém se recursos da universidade.
Pois bem, comi meu café da manhã no lugar de sempre e depois fui ajudar uma galera lá na horta. Fumamos um e conversamos sobre diversas coisas. No espaço estavam dois caras que, se não me engano, um se chama Gabriel (estudante de Antropologia) e o outro Paulo (não sei o curso, porém era o que mais entendia sobre plantação e afins). O interessante era que Paulo tinha uma cara de plebas mineiro; todo malhadão mas com um jeito de interiorano bem simplesinho; na dele. E, na verdade, ele erado interios . Ele nasceu em Umberlândia. Bem, ele sabia milhares de coisas sobre plantação. Tinha um pedaço de terra que ele fez questão de mostrar a gente explicando o seguinte:
- Essa terra aqui não dá pra plantar por enquanto. Ele recebe muito vento e ai vc tem fazer uma barreira pra plantas. Também aqui é a pior terra aqui da horta... temos que colocar um composto orgânico e até o início do ano que vem vai dar pra começar a plantar.
Nisso, fumamos outro e ele começou a conversar com uma menina, que também estava cuidando da horta e que se chama Carol (á a 4º essa samana). Falaram sobre como conseguir dinheiro para o projeto e, como proposta, ela falou em ir os dois levantar a grana na reitoria. Ele aceitou, mas falou o seguinte:
- Então... dá pra fazer, mas tem que ser nas férias, pq depois fica difícil e eu quero estudar pruns concursos!
Não quero abrir julgamento sobre as escolhas de cada um, até pq nem sei qual a finalidade mentalizada pelo cara, porém, a tanto tempo que se penso sobre estas questões que em certos momento vem aquele; porra esse papo de novo! Ainda mais vindo de um cara que detém um conhecimento básico, mas precioso, para fugir das “necessidades” do sistema. E nisso, quando eu tinha chegado, os caras estavam conversando sobre problemas sanitários e ambientais da atualidade. É como se não houvesse a relação dessa percepção e nossa escolhas. È como se, no meio desse puta cabaré, nos fôssemos café com leite.
Aqui, eu e Braba conversamos muito sobre uma posição prática frente a tudo isso. O ENCA, muito nos serviu de exemplo, mas até agora o mais palpável foi vivermos da venda camisas. Nisso considerando apenas o quesito autonomia, pois vendendo camisas não estaremos salvado florestas (pelo contrário) nem ao menos negando valores como o consumismo e o narcisismo do capitalismo. Porém é mais barato que está entregue a uma rotina de maçante rotina de trabalho.

Coelho
FLWS

4 comentários:

Pseudokane3 disse...

Eu fico imaginando onde é que vocês tomam banho: onde é que vocês tomam banho? Demora? Quantas vezes por dia? Sozinhos ou acompanhados? Alguém espia?
WPC>

Pseudokane3 disse...

O que é este C.O.? O banho é opcional? O lugar é sempre cheio de gente?

Ai, ai, esta coisa de não julgar...

De não julgar...

De não julgar...

WPC>

Anônimo disse...

C.O. é o Centro Olímpico, e não é exagero não, tem uma super estrutura e diversas modadildades de esportes. Mas sei que você não se interessa por isso.

É la que tomamos banho, geralmente um por dia( já rolou dois), pela manhã, ou pela tarde. Como rola de tomarmos apenas um e de ter chuveiro quente, os banhos são demorados. Acho que eu demoro mais. Geralmente vamos juntos, ontem eu fui só, acho que Coelho nem tomou banho. Nunca vi alguem espiando.

Normalmente o banheiro está vazio, mas ontem tinha praticamente o time de futebol todo da Unb, um monte de gente pelada(rsrs).

E o banho é opcional sim. Mais alguma dúvida?

Rafael Barba.

Coelho Santana disse...

Realmente depois fiquei pensando se não havia feito o jugamento ao qual disse me anular, porém:
O que é uma opinião se não um jugamento?
Vivendo e aprendendo...