sábado, 27 de junho de 2009

“THE ROLLING STONES – SHINE A LIGHT” (2008). Direção: Martin Scorsese


“It is the evening of the day,
I sit and watch the children play.
Smiling faces I can see
But not for me,
I sit and watch as tears go by”


Este é o primeiro grande clímax do documentário aqui resenhado, que acabo de ver. Conheci esta canção lenta e maravilhosa num filme do Jean-Luc Godard, em que a jovem, bonita e talentosa namorada de Mick Jagger à época, Marianne Faithful, cantava esta preciosidade melancólica em ‘close-up’. Antes de encetar a letra e nos emocionar, porém, o vocalista de The Rolling Stones disse que não costuma cantar esta canção em seus concertos, pois não gostava dela quando a compôs. Como pode? Até mesmo meu irmão caçula se emocionou ao ouvi-la, pensando que a mesma fora composta por Renato Russo!

Mas sigamos em frente: não somente acho a canção fabulosa, como ela me fez recordar um episódio intenso que me ocorreu dialogicamente na noite de ontem. Conversando com uma amiga comum, que está preocupada com a doença de seu pai com idade avançada, deixo escapar que nossos amigos estavam numa festa de aniversário. Ela lembra-se que também fora convidada, mas disse que prefere recusar: “imagina só, Wesley, todos lá se divertindo e eu triste”. Ao ouvir novamente esta canção, a associação foi imediata. A amiga em questão é Eliane Charnoski e, de minha forma tímida, envio aqui vibrações positivas a ela.

Voltando ao documentário: não era de surpreender que o norte-americano típico Martin Scorsese demonstrasse toda a sua reverência por esta banda neste documentário, tamanha a quantidade de músicas do grupo que constavam de seus filmes recentes. Porém, para quem não é um conhecedor longevo ou fã da banda, a longa duração do mesmo pode parecer cansativa. Era o meu caso. Entretanto quatro clímaxes dignificam bastante esta obra: o primeiro já foi citado; o segundo é quando Mick Jagger passa o microfone para o carismático Keith Richards e este nos emociona com “You Got The Silver”; o terceiro quando o vocalista volta ao palco, esganiçando a abertura clássica de “Sympathy for the Devil”; e o quarto no fantástico arremedo de um típico plano-seqüência invasivo scorseseano. Só por estas cenas, recomendo a qualquer leigo em música ou cinema (mas não em vida real) a audiência a este documentário, sobre o qual qualquer comentário adicional redundaria na repetição da lista de canções executadas, visto que a música que o grupo britânico faz (entremeadas por entrevistas antigas que insistiam em perguntar aos integrantes se os mesmos ainda estariam ativos aos 60 anos de idade) é o foco central do roteiro mais burocrático – mas, ainda assim, dignificante – de um dos mais geniais cineastas estadunidenses em atividade. Conclusão: vejam o filme, ouça a trilha sonora, ame ao seu próximo!

“You got my heart you got my soul
You got the silver you got the gold
You got the diamonds from the mine
Well that's all right, it'll buy some time”


Wesley PC>

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