sábado, 6 de junho de 2009

O FIM (EM RUSSO)


Terminei de ler “A Laranja Mecânica” (1962), do Anthony Burgess, e encontrei uma diferença significa, finalmente. O final do livro dá um passo avante (no sentido narrativo do termo) em relação ao filme. Não vou explicar do que se trata, mas é algo que me deixou melancólico, que confirmou algumas de minhas desilusões sobre a djísene (“vida” em gíria ‘nadsat’). De todas as palavras derivadas do russo que o protagonista vocifera, ‘nagói’ (“nu”) talvez tenha sido a que mais tenha ficado gravada em minha mente. Primeiro, porque nudez é algo básico em minha vida. Segundo, porque sonoramente me remeteu ao título original (“Staroye i Novoye”) do filme “A Linha Geral/O Velho e o Novo” (1929), obra menos conhecida de Sergei Eisenstein, co-dirigida por Grigori Aleksandrov, em que a persuasão acerca das novidades industriais que supostamente melhorariam a vida dos comunistas é a tônica dominante. As cenas mais famosas deste filme são o casamento idealizado entre uma vaca e um touro coletivo, a comparação entre o funcionamento de uma manteigueira mecânica e um orgasmo, e a execrável demonstração os passos de defumação de um suíno. Ideologicamente, por ser vegetariano e proto-anarquista, tive muitos problemas com o filme, mas ele é uma das obras mais geniais do artista letão. Quanto ao livro que serviu de base ao clássico kubrickiano, é triste, muito mais triste que o filme em sua conclusão. É o fim!

Wesley PC>

Um comentário:

Fábio Barros disse...

Acho que sei porque você se sentiu assim depois com o final do livro, apesar de não ter lido. Mas um amigo meu leu e meio que me contou como era o final...