domingo, 7 de junho de 2009

HÁ SUFICIENTES JUSTIFICATIVAS AMOROSAS PARA O PARASITISMO DO INSTINTO?


Ampliarei o questionamento do título com uma anedota real:

Depois de ver e ouvir alguns depoimentos auto-midiáticos de meu amigo Wendell Bigato sobre a etimologia de seu apelido sobrenominal, visitei uma amiga de 17 anos, que, por estar com as narinas entupias de catarro em virtude de uma gripe, não percebera que havia um rato morto e em decomposição ao lado de sua cama. Sua mãe entra gritando no quarto e logo retira o decrépito cadáver do roedor, que deixa no chão dezenas de larvas esquizóforas. Estas encheram de nojo a minha vizinha adolescente, que, agora sim, passa a ser incomodada pelo fedor. Eu, por minha vez, fiquei a admirar a luta pela sobrevivência daqueles animais, privados de alimento e de um entendimento mais amplo (pensava eu, em minha pretensão humanóide) sobre suas missões existenciais neste mundo. Juro que eu estava admirado, juro que, por um minuto, senti vontade de afagar aqueles pequenos, indefesos e mal-aparentados seres. Encerrado o minuto, a dona da casa entra no quarto e despeja água sanitária sobre os animaizinhos. Nada pude fazer, além de, mais uma vez, contemplar a morte de inúmeras “moscas em potência”, que, naquele caso específico, jamais se realizarão como tal. Ao chegar em casa, abro um dicionário, para saber o que quer dizer herpetologia e deparo-me com uma citação de Theodor Adorno & Max Horkheimer, escrito em vermelho, com minha letra, sabe-se lá quando, na folha de rosto do referido dicionário: “a privação da liberdade é um pálido castigo comparado com a realidade social”. Senti um dorido orgulho por ser devoto de meu amor, mesmo que isso, às vezes, me equipare a um verme...

Longa vida à taciturnidade ditirâmbica!

Wesley PC>

3 comentários:

Vitória Vannozzo disse...

Não entendi essa foto. Pode me explicar o que é?

thawan carlos disse...

uiii que nojo
isso ai é verdadeiro
hum que bom que no seu blog consegui informaçoes para fazer minhas pesquisas

Gomorra disse...

A foto mostra uma pessoa idosa e doente, sendo molestada por moscas e pelo desamparo.

Quanto à pesquisa, fiquei curioso: sobre o que é? Larvas esquizóforas? Amor incondicional? Taciturnidade ditirâmbica?

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