Resposta primária: porque, enquanto humano, tenho a capacidade inabalável de estragar tudo o que toco! Mas, sigamos em frente. Não sei se já contei esta anedota aqui, mas acho que vem a calhar:
Uma grande amiga minha, de quem roubava gibis na adolescência, é filha de pais separados, conforme ditam as estatísticas. Seu pai é um adúltero contumaz e, quando ainda vivia com sua mãe, concubinou-se com uma mulher que era hostilizada pela vizinhança do conjunto residencial Marcos Freire I por causa de sua simpatia com o ocultismo e o candomblé, alvos do preconceito equivocado da população nordestina. Talvez porque os orixás que a mulher venerava sejam tão não-intervenientes quanto o
“Deus escondido” que Blaise Pascal me re-ensinou a amar, ela adquiriu um violento câncer retal. Com o avançar inclemente da doença, seu ânus ficara tão deteriorado quanto este da foto. Ela, porém, era de temperamento indócil. Brigava com facilidade e a doença não a fez ficar mais simpática ou mais respeitada. Uma vez, pouco antes de morrer, ela entrou numa briga com uma parenta, que a mandou
“tomar no cu”. Ela apenas respondeu cinicamente:
“eu não tenho mais isso!”. Quando morreu, seu marido, pai de minhas amigas, casou-se com a enfermeira que cuidava dela. Está com ela, aparentemente fiel, até hoje!
O porquê desta anedota? Porque desde pequeno eu cria que, se fosse alvo de uma doença tão cruel quanto esta que vitimou a personagem real desta anedota, eu seria atingido pela compaixão alheia e poderia ver quem eu quisesse nu. Meus planos estão indo solenemente por água abaixo...
Wesley PC>
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