quinta-feira, 28 de maio de 2009

SE EU FOSSE MENINA, TAMBÉM CORRERIA A 200 KM/H NA DIREÇÃO ERRADA...


Por mais que falem mal deste CD, eu não consigo deixar de ouvi-lo e, confesso, sentir uma ternura forte ao fazer isso. Por que falam mal deste álbum? Porque insistem que a relação homossexual forçada e hiper-publicizada entre as vocalistas Yulia Volkova e Lenia Katina seja puro estratagema de vendagem de discos. Aí, eu pergunto: este tipo de estratagema não é comum em músicas que se pretendam melancólicas? Lembro que comentei algo sobre este assunto quando me irritei ao criticar o eu-lírico choroso nas canções de Alex Sant’Anna quando conheço aspectos de sua vida pessoal e sei que ele é bem realizado afetivamente. Na época, alguém me rebateu com o exemplo superior do Chico Buarque, que consegue incorporar diferentes eus-líricos num mesmo álbum, sem nos confundir. Mas aí é um caso de genialidade extrema, é um caso à parte!

Voltando à dupla t.A.T.u. e seu primeiro álbum em língua inglesa (elas são russas e, apesar de eu considerar o idioma local deste país bastante dançante, parece que nem todo mundo concorda – risos), como eu me identifico com aquelas canções... Como! Mesmo sendo um “menininho que gosta doutros meninos” e as canções tendo a função primordial de fisgar “meninas que gostam de meninas” ou, na pior das hipóteses, “meninas que fingem gostar de meninas para fingirem-se de descoladas” ou, numa hipótese ainda pior que a pior das hipóteses, “meninas que fingem gostar de meninas para deixarem meninos gostosinhos com seus apetitosos paus duros”, a dupla t.A.T.u. usa muito bem suas fórmulas homoeróticas adolescentes. Senão, vejamos:

O álbum abre com “Not Gonna Get Us”, cuja letra fala sobre a promessa feita entre duas amigas, no que se refere à determinação em continuarem fugindo indefinidamente de um mal comum (pela interpretação óbvia da canção, fogem da homofobia). No mesmo álbum, elas regravam o clássico do grupo The Smiths, “How Soon is Now?” (cuja letra antológica diz: “Cale a tua boca!/ Como tu ousas dizer que eu faço as coisas de uma maneira errada?/ Eu sou humano e só preciso ser amado, tal como qualquer um precisa”). Meus amigos desgostam da versão, pois são fãs da banda original. Eu também gosto muito, mas acho a versão deveras perdoável! A letra de “Show me Love”, como o título indica, vai direto ao ponto: pede que uma interlocutora mostre o amor que ela sabe dar, mostre uma forma possível de amor, mostre que amar faz bem a todos. Porém, é mesmo “All the Things She Said”, faixa mais famosa do álbum e da dupla, a minha favorita. A letra pode ser repetitiva, mas aquelas vozinhas abafadas, aquelas demonstrações de amor incondicional, aquele videoclipe repleto de beijos lésbicos, tudo isso me motiva a continuar defendendo estas duas mocinhas oportunistas, que, para o melhor ou para o pior, ajudaram a popularizar e transformar em modinha juvenil o homossexualismo adolescente. Coisas da era pós-moderna!

“Quando eles param e ficam encarando, isso não me preocupa
Porque eu estou apaixonada por ela e ela por mim
Eu posso tentar fingir, eu posso tentar esquecer
Mas isto está me enlouquecendo, pois ela não me sai da cabeça”


Ah, pode ser tudo muito fútil, mas a música é linda!

Wesley PC>

2 comentários:

américo disse...

tatu
é bacanooooo
e o segundo CD escutou?
e cadê elas agora?
Elas fizeram um filme com a Mischa Barton lá na Rússia, mas nada de estrear pelo ocidente...


coisas da vida, ostracismo...


XD

Annita! disse...

Ecat!