quarta-feira, 27 de maio de 2009

NEM SEMPRE DÁ CERTO...


O problema de se fazer planos é que podemos ficar mais dependentes dos planos do que do objetivo dos mesmos. Li recentemente um livro em que tal situação se dava: um homem ficava tão obcecado em se obcecar ostensivamente por uma mulher que esqueceu que ela era uma mulher e descartou-a quando percebeu que ela não mais se encaixava na sua partitura planificadora...

Pois então, eu sou destes que comumente são afligidos por “abstinências” de ordem diversa e, a fim de saciá-las, passam por cima de prazos, necessidades prementes, promessas e projeções favorecedoras em relação a quem amamos ou dizemos amar. Esperar é criminoso – e é por isso que, mais uma vez, grito que sou fã do fotógrafo e cineasta Larry Clark, em minha opinião (e na do filósofo Gilles Lipovetsky), um dos mais egrégios demonstradores do que é o “hiper-modernismo”, dado que este artista destaca-se por incutir em suas obras uma crise irresolúvel entre o despudor e a excitação quase pornográfica e o crivo moral que parece apontar quem é o culpado pelas distopias sedutoras apresentadas.

É o que se dá nesta brilhante fotografia, talvez a minha preferida em seu acervo, na qual alguém se antecipa e faz o que tantas vezes pensei, mas sempre sucumbo aos lastros mais confortáveis do moralismo pós-moderno, abandonando a efetivação sadomasoquista extrema às vésperas de sua concretização. Sou um onanista, portanto!

Wesley PC>

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