quinta-feira, 28 de maio de 2009

“INDIRETAS SENTIMENTAIS”


Este é um dos mais utilizados marcadores dos textos que eu publico por aqui. Como todos sabem, tudo o que fazemos possui pelo menos duas intenções primordiais: aquela diretamente relacionada à ostensividade de nossa intenção; e outra relacionada a um desejo quiçá irresoluto de nosso subconsciente. Pelo menos, assim é comigo. E, mesmo que eu não queira utilizar o Cine-Gomorra para mandar recado para quem quer que seja, um dos filmes que planejo exibir hoje (supondo que haja tempo, supondo que o Forró do Corredor na UFS não carregue todo o meu público – risos) é uma brilhante, surpreendente e subestimada obra do tcheco Milos Forman, em que o merecedor dos mesmos adjetivos Jim Carrey interpreta um comediante real, que chocou a todos em Hollywood com sua anarquia e seu cinismo extremado.

O nome do artista biografado é Andy Kaufman, um cômico estranhíssimo que não se eximia de passar horas lendo um livro num espetáculo (somente para provocar um enfado reativo em sua platéia perplexa) ou de disfarçar-se comumente em inúmeras outras personalidades, a tal ponto que ninguém levou a sério, na vida real, quando ele comunicou estar sofrendo de uma grave doença ou que ele tivesse efetivamente morrido, em 1984. Eu, particularmente, fiquei tão impressionado com a trama deste filme, que quase desacreditei ao imaginar que ele realmente existira, ao tempo em que lamentei não tê-lo conhecido antes. Ele é absolutamente radical em seu extremismo humorista!

Para quem ainda não adivinhou o nome do filme, este é “O Mundo de Andy” (1999), o qual penso que repercutirá sobremaneira nas atitudes similares do igualmente cínico (e maravilhoso) Rafael Maurício, “cômico da História” na vida real. Tomara que ele compareça à sessão, tomara que ele não morra logo, tomara que nós acreditemos sempre nele, tomara que... Tomara, meu Deus, tomara!

Observação derradeira: a imagem refere-se ao título original do filme e a uma canção anglofilicamente homônima que Michael Stipe, patrono da banda REM, fez em homenagem ao artista, “Man on the Moon”.

Wesley PC>

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