sábado, 9 de maio de 2009

COMO SE FOSSE UM FILME DA ISABEL COIXET...


Fazia muito tempo que eu não me arrependia de (não) ter feito algo. Na noite de ontem, voltei a sentir este péssimo sentimento, justamente por não ter opção senão fazer o que fui obrigado a fazer: ir embora de um lugar em que estava a me divertir para estar num local em que me irritaria. Explico a situação: aparentemente, resolveram o problema de minha conexão cibernética. Porém, os técnicos que visitaram minha casa deixaram todos os eletrodomésticos ligados e os integrantes de minha família não sabiam o que fazer. Recebi inúmeros telefonemas: tinha que ir para casa! Tentei fazê-lo N vezes, mas o DAA (local em que trabalho) esteve cheio o dia inteiro. Saí meia hora após o final do expediente. Fui a uma festa onde não me diverti convencionalmente, mas fiquei contente ao imaginar as pessoas se divertindo sem que eu estivesse por perto. Foi uma sessão estranha: como se agora eu pudesse buscar o que me diverte não porque tenho “missões” ou “problemas alheios” a resolver, mas porque isto me agrada efetivamente. Foi uma verdadeira lição de vida!

Por motivos óbvios, “Minha Vida Sem Mim” (2003), belíssimo filme da espanhola Isabel Coixet me veio à mente. Motivo: nesta obra de acurada sensibilidade, uma jovem faxineira, prenhe de problemas familiares, descobre que padece de uma doença terminal e morrerá em breve. Ao invés de mergulhar na comiseração ou em chantagens emocionais, ela prefere aproveitar o tempo que lhe resta para aproveitar os pequenos prazeres da vida, como fazer as pazes com pessoas ressentidas ou conseguir que alguém se apaixone por ela, mesmo que seu marido a ame demais. Encantei-me pelo filme e, não obstante não ter sucesso em fazer com que as pessoas se apaixonem por mim (pelo menos, não da forma como a protagonista consegue), entendi perfeitamente o que a protagonista sente na noite de ontem, quando passei cerca de 90 minutos a observar a festa numa balaustrada. Foi bonito. Senti-me vivo!

Na foto, os pés da adorável protagonista Sarah Polley.

Wesley PC>

Um comentário:

Meryone disse...

tenho uma relaçao de amor-ódio com esse filme. é demasiado fermoso e edulcorado todo, incluso a morte. é tem uma atmósfera demasiado sophia coppola

para além disso eu nao deixo de gostar por completo os filmes de sophia coppola (cos que também tenho uma relaçao de amor-ódio)

um filme fermoso, sim, de qualquer modo

veja por deus captains corageus. eu tenho mono, já. mono é também usado no brasil para falar do síndrome de abstinência?

beijos