quarta-feira, 20 de maio de 2009

COMO É QUE EU NÃO FALEI DESTA BANDA AQUI ANTES?!


Revendo os meus arquivos, percebi que nunca havia traçado nenhuma resenha desta banda maravilhosa e revoltada de Recife chamada Textículos de Mary. Como todos já sabem (de tanto que eu faço questão de repetir), os integrantes de “Chupeta e sua Gangue” são recém-formados em História e de comportamento ostensivamente homossexual. Numa tarde qualquer, estive ouvindo uma de suas antológicas canções em minha casa e um vizinho perguntou que diferença havia entre a vulgaridade deles e o baixo nível de barbaridades como “Lapada na Rachada”. Respondi de várias maneiras:

a) A qualidade musical e referencial da banda é muito extensa, citando e reverenciando desde cânones do ‘rockabilly’ e ‘punk-rock’ até ‘reggae’, ‘ska’ e canções infantis da Xuxa;

b) A suposta vulgaridade da banda é defensiva, eles acreditam no que falam, eles se comportam daquele jeito, eles se assumem enquanto “bichas baixas” e, ao contrário das mulheres que lotam os espetáculos de atrocidades como Cavaleiros do Forró (que reduzem as mesmas ao nadir em subprodutos depravados, em que o karatê é transformado em “o cara ter” numa letra que fala sobre “o esporte favorito da mulher”) e depois se dizem respeitadas, podemos muito bem flagrar os membros do Textículos de Mary voluntariando-se a praticar boquetes nas ruas antigas de Recife;

c) Eles simplesmente sabem do que estão falando, no plano histórico-crítico-analítico do termo, conforme podemos perceber na brilhante biografia que atende pela alcunha de “Entradas e Bandeiras”, reproduzida abaixo:

“Beth fascista
puta safada
não gostava de negros
até ser currada
as 3 da manhã
na encruzilhada
por ‘vinte negão’
na semana passada...
semana passada!

Beth saiu toda arrombada
se sentindo mulher e realizada
pois agora encontrou a rola adequada
pra botar no seu cu...
"cabra safada"... "cabra safada"...

Integralista, conceituada
percorrendo afoxés atrás da negada
renegou a família e sua vida passada
assumindo que é vira-lata atacada...
vira-lata atacada”


Acho que deu para entender, não obstante eu entender o desconforto imaginário de minha mãe ao me ouvir entoar refrões como "eu não gosto de michê, mas o meu cu gosta" (risos). Bem que poderia ser verdade...

Wesley PC>

2 comentários:

Unknown disse...

Weslinho, você é um verdadeiro serviço de utilidade pública, rsrsrs

Pseudokane3 disse...

Muito boa a indireta com o título da canção de abertura (risos)...

E amei saber que Wendell curtiu a quase-instruimental DESAQÜENDA:

"Dinheiro de cu é rola! Olha para mim, apesar de nojenta, eu não pago não!"

Maravilha!

Ouço esta banda com uma freqüência altissonante (hehehe) - Todo mundo em Gomorra já sabe cantar aquela que fala sobre "depois do décimo-quinto baseado" (hehehe). Por que será?

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