sábado, 11 de abril de 2009

RUFUS WAINWRIGHT


Conhecido na imprensa especializada como “o bardo ‘gay’ canadense”, Rufus Wainwright, além de ser lindo, é um dos mais poéticos e carismáticos cantores e compositores masculinos da atualidade. Possuo o álbum “Poses” (2001) em minha casa há alguns anos e, apesar de não ter ouvido muitas das outras músicas do cantor [salvo sua versão para “Hallelujah”, do Leonard Cohen, em alguns filmes hollywoodianos, a pungente execução de “The Maker Makes” durante os créditos finais de “O Segredo de Brokeback Mountain” (2005, de Ang Lee), sua regravação cativante para “Across the Universe”, de The Beatles, ou sua contribuição com Antony and the Johnsons em “What Can I Do?”], acho-o um intérprete extraordinário e, ao ouvi-lo novamente na noite de ontem, quantas memórias e fantasias entupiram a minha cabeça! Quantas!

Não sabia que ele foi sexualmente violentado aos 14 anos (acabo de descobrir, pesquisando sobre sua vida pessoal), o que fez com que ele dedicasse os 7 anos seguintes de sua vida ao celibato, mas é público e notório que, em qualquer entrevista que ele concede, a frase “meu nome é Rufus Wainwright e eu sou ‘gay’” será publicada como primeira resposta (risos). Mas, para além de seu fanatismo auto-declarativo, ele é um excelente compositor, permeando suas canções tristes com lamentos homossexuais, elegias entediadas – decorrentes do excesso de posses materiais e do concomitante decréscimo de ganhos espirituais – e vícios contemporâneos diversificados, como jujubas, promiscuidade sexual, metanfetaminas e leite achocolatado. Como sou muito suspeito para elogiar este gênio pederasta, resta-me dizer que concordo com ele quando afirma que “uma vez que tu decaias da virtude clássica, são poucas as almas que se dispõem a reerguê-lo” ...


“Tu irás me proteger esta noite
Mesmo que tu não estejas aqui comigo
E que eu esteja longe de ser feliz”
(“Shadows”)

Fica a indireta e a recomendação: ouçam-no!

Wesley PC>

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