quarta-feira, 8 de abril de 2009

QUESTIONAMENTO BÁSICO: SE ALGUÉM ADMITE QUE NÃO PRESTA, MERECE UMA SEGUNDA CHANCE? E, SE CONTINUAR A NÃO PRESTAR, MERECE UMA TERCEIRA? E UMA QUARTA? A


[Advertência inicial: escreverei aqui mais um capítulo esdrúxulo de meus rituais pró-espetacularização (in)voluntária de minha vida, mais um trecho do livro de auto-ajuda que será publicado quando a Polícia invadir a minha casa e, depois de meu suicídio altruísta, descobrir meus escritos apócrifos, mais uma demonstração literária dos enigmas que permeiam a minha psicose... Custava eu ter obedecido? Custava eu ter levado à frente o périplo imitativo a que me dedicava hoje, quando dormi mais de 10 horas seguidas, quando faltei uma aula importantíssima, quando experimentei mais uma dose insuspeita de tédio? Custava?]

Voltando à linearização: é sabido que eu não sou favorável à comercialização da pornografia. Desde que eu me entendo por gente (no sentido eréctil do termo), não me recordo de ansiar pelo material pornográfico típico que seduzia meus vizinhos e colegas de classe. Costumava excitar-me com qualquer coisa, desde caroços de manga que anteriormente roçaram os testículos de um moço loiro até cuecas sujas de amigos briguentos de meu irmão, sem contar lápis cobertos por pêlos pubianos alheios e resquícios de papel higiênico adocicado com o sêmen de pessoas que passaram a se masturbar em minha casa entre os anos de 1998 e 1999... Mas nunca me interessei por filmes pornográficos, salvo quando estes demonstravam conter uma visão psicofilosófica do mundo, conforme detectamos naquelas obras-primas realizadas na década de 1970. Pelo contrário, tal qual acontecia com a popularização crescente da maconha entre meus amigos de adolescência, as masturbações ocultas embasadas na audiência parcial a péssimos comerciais filmados e disfarçados de pornografia causavam-me ciúmes lancinantes, marcaram páginas terríveis de minha existência. E tudo volta agora...

Mas, talvez a culpa seja minha, que, ao invés de prestar atenção nos jogos de palavras e epanáforas realizados por Alanis Morissette em suas canções, ficava me preocupando em imaginar o que estava sendo feito naqueles quartos escuros e trancafiados, onde tudo o que podia perceber eram aquelas luzes coloridas, que variavam de acordo com os fachos catódicos da TV... É por esse motivo que, nostalgicamente, planejo me deliciar, na madrugada de hoje para amanhã, com o clássico “Alice in Wonderland: An X-Rated Musical Fantasy” (1979, de Bud Townsend), musical em que as mulheres abocanham pênis enquanto cantam e os homens lambem clitóris enquanto recitam as letras das canções. O restante da trama acompanha de perto os delírios lisérgicos e hebefílicos do autor Lewis Carroll, com a diferença de que o buraco em que o Coelho Branco entra é bem mais profundo do que se pode supor numa investigação superficial...

Prometo escrever algo sobre o filme após a sessão. Enquanto o horário apropriado para tal não chega, lamento por ter agido errado com um portador de celular da operadora cujos prefixos começam em -88 e dedico-me agora à repetição de versos pornográficos que por vezes me confortam no pecado:

“My loneliness is killing me
I must confess, I still believe
When I'm not with you, I lose my mind
Give me a sign
Hit me baby one more time”


Nunca gostei da Britney Spears, mas, neste caso, sou obrigado a concordar que ela foi prenhe de razão! “Mesmo aqueles que a odeiam, têm de admitir que é uma das melhores músicas dançantes da época”, escreveu o crítico norte-americano Jim Harrington. Sou obrigado a concordar!

Wesley PC>

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