quinta-feira, 2 de abril de 2009

PRECISAMOS PRESTAR MAIS ATENÇÃO EM ALGUNS VIDEOCLIPES!


No último domingo, Lucas Ferreira (vulgo Cobra), Eliane Charnoski (vulgo Chiquitita) e Luiz Ferreira Neto reuniram-se em Gomorra para assistiram a uma gama de videoclipes românticos, que misturavam Shania Twain (n vezes), Toni Braxton, Roxette, Laura Pausini, Christina Aguillera, Celine Dion e outros artistas de gênero. Apesar de a proposta não ter recebido a atenção de todos os gomorrenses, achei o resultado da experiência positivo, no sentido de que não nos furtamos à análise detida de alguns videoclipes, como por exemplo a insistência de Rafael Coelho em provar que a beleza daquelas intérpretes não passava de maquiagem cibernética ou a unânime constatação de que o vocalista do Alphaville se esbalda na afetação homossexual no ótimo (e brega) videoclipe do clássico oitentista do sexo pago voluntário “Big in Japan”. Tudo isso me fez pensar numa idéia que venho cultivando há tempos, mas que ainda não rendeu frutos completos: que tal montarmos um grupo de estudos sobre videoclipes?

Considerado artístico em alguns casos, meramente comercial noutros, indefinido genericamente na arrasadora maioria dos casos, o videoclipe já rendeu interessantes pesquisas estéticas, excelentes diretores em voga na Hollywood atual provieram deste universo (vide Spike Lee, David Fincher, Spike Jonze, Michel Gondry, Anton Corbijn, etc.) e há pelo menos um ótimo capítulo de livro sobre o assunto [vide “A Televisão Levada a Sério”, do comunicólogo vendido ao formalismo Arlindo Machado]. Sério, seria riquíssimo analisar, comparar e (por que não?) se divertir diante de videoclipes selecionados aleatoriamente. Eu acho a proposta boa e longeva. Se alguém se interessar, que tal marcarmos para cotejar alguns videoclipes de Björk e The Verve, que possuo disponível em DVD, nesta noite de domingo, hein? Hein?

Por que este assunto me veio à tona agora? Porque, enquanto tomava sopa de legumes com café e biscoitos ‘cream cracker’ neste meio-dia de quinta-feira, vi 3 clipes seguidos da elogiada Lauryn Hill na MTV e, por mais que eu não seja particularmente fã deste ‘hip hop’ estadunidense, gostei muito do videoclipe de “Everything is Everything”, no qual as ruas de Manhattan servem como pista para a agulha de um toca-vinis gigantesco (quiçá, teológico), que se permite voltar atrás quando algo está errado (vide a cena em que um policial branco revista com toques de arrogância um transeunte negro). Gostei muito do videoclipe e, buscando informações sobre o mesmo, descubro que ele faz parte do primeiro álbum-solo da artista, “The Miseducation of Lauryn Hill” (1998), cuja capa mostra sua face esculpida numa carteira escolar, enquanto a primeira faixa do disco é uma introdução verbal, na qual um professor realiza uma chamada e percebe que a cantora faltou mais uma vez à aula. Então, dando vazão à palavra “deseducação” contida no título da obra, as letras da artista dão a entender que a mensagem principal do álbum é demonstrar que “a verdadeira educação provém de uma participação ativa na vida cotidiana”. Gostei mesmo da sutileza. Fiquei até com vontade de ouvir o disco inteiro!

“Everything is everything
What is meant to be, will be
After winter, must come spring
Change, it comes eventually”


E então, alguém mais se interessa pela proposta?

Wesley PC>

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