sexta-feira, 3 de abril de 2009

A DURA RECONSTRUÇÃO DEPOIS DAS PUNHALADAS AUTO-INFLIGIDAS


Em 1994, depois que alguns exploradores belgas dividiram espuriamente os habitantes do País duas tribos, os ‘hutu’ e os ‘tutsi’, praticamente indistinguíveis, foram importados vários facões da China e pessoas que, até então amigos e vizinhos, chacinaram-se mutuamente, violentamente, num dos maiores genocídios da História recente. Aos 13 anos de idade, via tal destruição personalística ser noticiada de vez em quando na TV, mas não tinha idéia do impacto da destruição, até que vi um extraordinário e sofrido documentário franco-senegalês de nome “Ruanda in Memoriam” (2003, de Samba Felix N’ Diaye), cuja lembrança que mais me chocou foi quando um sobrevivente, com a fronte da face lacerada por inúmeras cicatrizes, narra um massacre ocorrido no interior de uma igreja e mostra um local em que corpos foram mumificados naturalmente e conservados como museu da tragédia, de um dos mais inexplicáveis e inaceitáveis auto-genocídios civis já ocorridos no mundo. Fiquei chocado, mas hoje o País foi reconstruído. Na capital, Kigali, talvez hajam agora pessoas sorrindo, fumando maconha, fazendo sexo, comendo farinha, ouvindo música, sofrendo, vendo filmes pornográficos, existindo, acima de tudo... Talvez.


“Tudo vai mal
Tudo, tudo, tudo, tudo
Tudo mudou
Não me iludo e, contudo,
A mesma porta sem trinco
Mesmo teto, mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco”...


“Como 2 e 2”(Roberto Carlos), ouvida hoje, por uma desoladora coincidência, pela primeira vez na voz deste intérprete...

Wesley PC>

2 comentários:

Unknown disse...

pois é Wesley, tudo certo como dois e dois são cinco.

Pseudokane3 disse...

...E acabou de dar no jornal: " a fim de se livrar dos horrores da guerra, a seleção de Ruanda tenta se classificar para a Cpa do Mundo de Futebol"...

Se eu não tivesse ouvido e visto, até eu pensaria que fosse mentira.

WPC>