domingo, 5 de abril de 2009

DO ‘BLOG’, DO LIMITE DO SENSACIONALISMO AUTO-EMOCIONAL, DA IMPOSSIBILIDADE DE SE EXPRESSAR ONDE EU ME SINTO EM CASA...


Conforme eu deixei antever há pouco, descobri o meu amado cãozinho morto depois de experimentar uma madrugada de completo deslocamento voluntário. Como se não bastasse o baque de ser tachado de “uma pessoa triste” na viagem de volta para casa, pelas pessoas que estavam comigo no carro, encontrei quem eu disse que encontrei do jeito que encontrei. Não resisti, caí no mais barulhento dos choros onde mesmo eu estava (depois de enfrentar três ônibus em que não tive o menor escrúpulo em lacrimejar compulsivamente). Minha mãe, então, reclama: “pare de chorar, Wesley. Se fosse eu que tivesse morrido, tu não ias chorar desse jeito!”. Não parei. Covarde. Cansei-me de dormir (estava precisando). Três horas depois, acordava, justamente por causa da voz de minha mãe, conversando ao telefone com alguém, comentando orgulhosamente com sua interlocutora, do outro lado do fio, justamente a minha insuspeita necessidade de chorar, depois de muito tempo, assumir sem reserva toda a minha fraqueza, todo o meu despreparo e cansaço de enfrentar a vida. Deu no que deu: preciso sair de casa! Agora! Serei obrigado a fazer qualquer coisa para não estar aqui. Como se não me bastassem as lembranças, há também as cobranças...


[PS: que não fique aqui a impressão de que minha mãe não gosta de mim ou que eu esteja com raiva dela. Longe disso, em ambos os casos! Mas, nós da família castro, não sabemos amar. Meus dois cães sabiam – e só eles, pelo visto. O que não me faltam são cicatrizes no rosto, provenientes de mordidas, que tornam veríssimas a afirmação feita!]


Wesley PC>

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