quinta-feira, 9 de abril de 2009

CONFORME PROMETIDO, RESENHA DE “ALICE IN WONDERLAND: AN X-RATED MUSICAL FANTASY” (1976, de BUD TOWNSEND)


Enquanto minha mãe e meu irmão revezavam-se na sala de minha casa assistindo à novela da TV Record ou ao jogo de futebol da TV Globo, eu sentei-me em frente a minha casa, com um livro de Cálculo Numérico e um fone de ouvido nas mãos. Apareceram alguns vizinhos para conversar comigo e, pouco mais de 90 minutos depois, estava sugando o pênis de meu fornecedor habitual, que ejaculou uma estranha secreção amarela, que, a despeito de qualquer estranheza inicial, foi prontamente consumida por minha língua ávida. Olhei para o relógio: meia-noite. Acho que dá para voltar para casa e ver meu filme. Despedi-me do menino, fechei o cadeado de sua casa e entrei na minha residência.

Todos dormindo? OK. Preparei cuscuz com leite e sentei-me diante da TV. Antes do início do filme, uma advertência: esta é a versão integral de “Alice in Wonderland: An X-Rated Musical Fantasy”, contendo cenas que foram excluídas quando de seu lançamento oficial nos cinemas. Intérprete da protagonista: uma tal de Kristine DeBell, que, na primeira cena, recebe o namorado gostoso numa biblioteca, mas brigam, pois ele insiste em “aceitá-la do jeito que ela é”, ao passo que a mesma teme que ele só esteja a seu lado para fazer sexo. Ele sai, ela canta e chora: “como é difícil crescer!”.

Sonolenta, ela percebe um coelho branco, que diz que “todos nós temos problemas para crescer”. Seduzida pela lição de auto-ajuda leporídea, ela segue o bicho, que se esburaca através de uma minúscula porta. Ela chora, mas logo percebe um líquido de encolhimento, que só faz efeito em seu corpo, continuando suas roupas azuis a permanecerem gigantescas. Conclusão: ela segue as pegadas do coelho enrolada apenas numa toalha. Cai num rio, mas é socorrida por alguns animais, que a ensinam como se enxugar usando a língua e para os quais, ela, em agradecimento, ensina para que servem os seios. Segue em frente. Ao sentar numa pedra, ouve vozes. Pensa ser sua imaginação, mas, quanto mais alisa a pedra, mais esta fala demonstrando prazer. Ela descobre, então, “que se tocar é bom” e, aos 25 minutos de projeção, vemos o primeiro ‘close-up’ de sua vagina, enquanto ela se masturba com muito gozo convidativo. É espionada, com méritos e, em seguida, conhece um chapeleiro louco e sabe para que serve aquele delicioso pedaço de cartilagem localizado no meio de suas pernas. Toca o órgão sexual timidamente e, obedecendo a uma ordem do chapeleiro, beija-o, logo sorvendo com a mesma intensidade e fervor que eu, até poucos instantes, também estava fazendo. Identificação positiva. Ah, se fosse eu de novo (risos).

Daí para frente, ela encontra as mesmas criaturas que na estória clássica (exceto pelo Gato), incluindo um casal de irmãos belamente incestuosos, uma amazona insaciável montada num cavaleiro negro e a infame rainha, que, por qualquer deslize, manda cortar a cabeça de quem quer que seja. Ao fugir (numa inspirada seqüência, que revela a claquete do filme, após uma série de cortes saltadores, os famosos ‘jump-cuts’ técnicos), Alice volta para a biblioteca onde estava no início e, ao encontrar novamente seu delicioso namorado, diz estar apta para novas experiências com ele, pondo em prática tudo o que aprendera, chupando, metendo, gozando junto com o jorro abundante e incolor de seu parceiro e, ao final, voltando ao ambiente natural, onde se casa, adquire um cachorrinho e “vive feliz para sempre”... Eis o resumo do filme!

Sei que me empolguei e contei mais detalhes que o permitido sobre a história, mas, advirto: é um ótimo filme e garanto que nada do que eu contei aqui vai estragar a diversão (no sentido mais literal do termo) de quem conseguir encontrar esta preciosidade, a qual só possuo num Dvix sem legendas. Se alguém quiser que eu traduza ao vivo os textos... (risos).

Apesar de as canções não serem muito inspiradas (e serem surpreendentemente freqüentes, o que desperta suspeitas acerca de qual seria o público-alvo do filme), o filme é bem-dirigido, as interpretações são sinceras (sim, porque as cenas de sexo são esparsas e os textos são longos e cativantemente ingênuos), a direção de fotografia é muito boa e o final da trama é inspiradíssimo, ainda que possamos reclamar de certa previsibilidade. Quer dizer, reclamar não é um termo adequado, já que eu, com a garganta ainda banhada de “leite macho alheio”, ansiava por aquela conclusão feliz. Ao menos na fantasia, temos direito a este tipo de compensação, não é? Belo filme, recomendo!

Wesley PC>

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