Vi há pouco na TV, eternamente ligada sob minhas costas, mantendo minha mãe e meu irmão caçula em constante atenção: ontem, no país africano Costa do Marfim, o excesso de torcedores sem ingressos no estádio de futebol Felix Houphouet-Boigny, em Abidjan, capital do País, provocou um tumulto que causou a morte de 19 pessoas e o ferimento de pelo menos 132 pessoas. Até aí, a notícia não seria digna de atrair minha atenção demorada, visto que tragédias envolvendo esportes é algo cada vez mais comum, infelizmente. O que me surpreendeu no anúncio desta notícia é que os próprios repórteres estavam chocados por causa da desatenção da imprensa mundial ao fato, que foi pouquíssimo noticiado. Segundo os comentadores, tal desprezo pelos mortos e feridos locais, deve-se a um desinteresse contumaz pelos líderes mundiais no que diz respeito às questões envolvendo os países africanos, o que se torna ainda mais grave e evidente considerando-se que a Copa do Mundo de 2010 será sediada na África do Sul.
Coincidentemente, quando estávamos conversando sobre a situação preocupante dos nervos de nosso amigo Rafael Maurício, nas últimas duas madrugadas, eu e Rafael Torres deparamo-nos com o largo mapa político da África à nossa frente e começamos a imaginar o que aquelas pessoas estariam fazendo naquele momento, eu particularmente imaginativo, no sentido de que havia lido alguns detalhes sobre a independência destes países num excelente livro do historiador Eric Hobsbawm e havia conversado sobre o sistema político da Somália da última vez em que fiz sexo oral. A vida tem dessas coisas. E, só para que não pareça muito sensacionalista esta postagem, segue a informação de que a independência da Costa do Marfim em relação a seus colonizadores franceses deu-se em 7 de agosto de 1960. Mas eles continuam falando a língua de seus opressores.
Wesley PC>
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