domingo, 8 de março de 2009
MERDAS ACONTECEM! – PARTE IV (E CONTANDO)
Dentre os integrantes de minha curta família, um daqueles por quem mais sinto apreço não pertence à mesma raça que eu. É um cachorro pequinês e chama-se Ludwig van Almodóvar de Castro. Nascido em 7 de setembro de 1999, este animal fonte de alegria e afago para os desamparados parentes deste que vos escreve, sempre disposto a abanar a cauda ou abrir os dentes para quem o agrade ou chateie, em qualquer ordem.
Nos últimos dias, porém, esta criatura abençoada adquiriu uma estranha patologia anal, que faz com que ele esteja com seus longos e belos pêlos constantemente coberto por fezes. Por mais que o lavemos ou o perfumemos ou limpemos o seu cu, o animal volta a evacuar com dor e suja-se, ficando extremamente perfumado da cintura para cima e extremamente fétido da cintura para baixo. Amamo-nos mesmo assim e, em virtude desta desagradável moléstia, fomos obrigados a modificar alguns de nossos comportamentos em relação a este membro querido de nosso aparelho ideológico de Estado favorito. Agora, Almodóvar não pode mais subir nos sofás, cadeiras e mesas com a mesma liberdade de antes e, como ele jamais perderá o hábito de dormir no mesmo local que eu, sou obrigado a cobrir meu corpo com uma manta plástica, a fim de que eu não acorde coberto de bosta, conforme aconteceu uma ou duas vezes após o acometimento desta desgraça fecal. Amo meu cãozinho e estou disposto a suportar qualquer sacrifício olfativo por ele!
Na imagem, Almodóvar, percebendo-se fedorento, escondido embaixo de minha cama, perto de minha chinela, deliciando-se com a cobertura rubra de meu leito, tentando ser feliz, do jeito dele, ciente de que, não importa o quanto este problema involuntário nos incomode (e o incomode também), jamais o abandonaremos!
PS: e, para quem quiser saber por que ele não visitou um veterinário ainda, digamos que Almodóvar de Castro seja tão foucaultiano quanto eu e minha mãe Rosane, de maneira que rejeitamos prontamente a autoridade médica. “Quem detém o conhecimento sobre o corpo, detém o conhecimento sobre o homem”, li certa vez num dos escritos deste gênio multifacetado francês. Acho que nosso querido ’Dovinha este presente na sala quando da leitura e terminou concordando com minhas idiossincrasias anti-institucionais...
Wesley PC>
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