domingo, 22 de março de 2009

FUGA NACIONALISTA


Daí eu acordei, às 12h25’. No pesadelo em que eu estava tendo, um professor foucaultiano da UFS estava sendo preso por esfaquear seu amante tcheco. Temi que fosse um sinal para mim, temi que eu fizesse o mesmo. Mas sequer amantes eslovacos eu possuo! Liguei a TV. Meia-hora já havia se passado de um musical brasileiro que eu vira quando pré-adolescente. Decidi revê-lo.

Baseado num conhecido romance de Joaquim Manuel de Macedo, “A Moreninha” (1970), dirigido por Glauco Mirko Laurelli, até então especializado em conduzir filmes com o pseudo-caipira Amácio Mazzaropi, este filme modifica um tanto a estória do livro em prol de números musicais conduzidos por Cláudio Petraglia. Na trama, desenrolada no século XIX, ainda escravista, um estudante de Medicina bastante sensual, de nome Augusto (vivido pelo outrora tentador David Cardoso), aposta com seus colegas de curso que não se apaixonará jamais por ninguém, por mais que consiga seduzir todas as moçoilas ao seu redor. O tempo, porém, fará com que ele se apaixone por Carolina, a moreninha do título (vivida pela iniciante Sonia Braga, dublada nas canções), mas sente-se preso matrimonialmente a uma jura de amor que fizera a alguém, quando tinha 12 anos de idade. Paralelamente, diversos casais e diagnósticos de hemorróidas se formam ao longo do roteiro, incluindo aí as intrigas envolvendo os injustiçados escravos, que são mostrados como inequivocamente caricatos e tendentes à bebedeira. É uma página menos conhecida da cinematografia brasileira, mas que merece ser vista, nem que seja por interesses críticos. Quando ele for novamente exibido na TV Cultura, co-produtora do filme, anuncio aqui.

Triste perceber o quanto é difícil encontrar informações e/ou imagens da Internet de produções nacionais não tão conhecidas quanto esta. Queria tanto transcrever aqui alguma das canções do filme, como quando Carolina tenciona explodir de ciúme, quando um barão alemão corteja uma fogosa viúva que, de tanto celibato forçado, tornara-se novamente donzela, ou quando todos os personagens juntos prestam juras de amor à ilha fluminense de Paquetá, cenário do romance.

Quanto ao pesadelo...

Wesley PC>

2 comentários:

iaeeee disse...

Parece ser legal esse filme, diga mesmo quando passar na cultura.

lol

ADEMAR AMANCIO disse...

Vi o filme na sessão da tarde,depois vi no youtube - A fita contêm os dois maiores símbolos sexuais do cinema nacional devidamente vestidos,o tempo todo,é quase um milagre,rs.