quinta-feira, 12 de março de 2009

“ET J'AI PLEURÉ, PLEURÉ, OH! J'AVAIS TROP DE PEINE”


Está em cartaz nos cinemas sergipanos um filme francês de nome “Quando Estou Amando” (2006, de Xavier Giannoli). Por mais que Rafael Coelho tivesse me dito que não tinha gostado do filme, porque o mesmo assemelhar-se-ia demais às novelas da TV Globo, por exemplo, a minha sujeição infinda ao título do mesmo me fez arriscar: sou destes que amam, não custava nada ver como o personagem de Gerard Depardieu sobreviveu à mesma situação (risos). Quer dizer, perdi sim: R$ 3,50 e 112 minutos numa tela escura, mas, por mais que eu não tenha gostado efetivamente do filme, valeu a pena. “Toda experiência é válida na medida em que exprime o caráter do homem atrelado a ela”, diz mais ou menos Orson Welles.

A trama do filme é simples: um cantor envelhecido apaixona-se por uma cantora de imóveis divorciada. Nada se oporia a este sentimento, se este fosse um mundo ideal, mas ela reluta, tem outro namorado. Ele, por outro lado, sofre, enfrenta crises profissionais, gargantas inflamadas, desejos frustrados de comprar uma casa, etc.. O diretor do filme, o tal do Xavier Giannoli, é incapaz de manter a nossa atenção fixa nas seqüências verborrágicas, mas, quando permite que os personagens (e os atores) se calem, compõe momentos interessantes de cinema solitário. Por mais que o filme seja apenas regular, é bonito vê-lo e as canções bregas que fazem parte da trilha sonora chamam a nossa atenção.

E, por falar em trilha sonora, está aqui uma das surpresas do filme: a aparição do cantor Christophe, ícone do ‘pop/rock’ francês, envelhecido, pro detrás de óculos escuros, iracundo, mas digno, vivo, subliminar. Não canta nada, não abre a boca, mas está lá, ativo e sua simples aparição nos traz à mente todos os clássicos sessentistas que tantas e tantas vezes nos fizeram suspirar e chorar. Dentre estes clássicos, o mais famoso é “Aline”, música de que me servi do refrão no título desta postagem, mas, na minha opinião, a melhor música dele é “J’ai Eu Tort”. È com ela que termino:

“Je suis seul mais je suis incapable
De donner mon avis à ces gens qui m'entourent
J'ai eu tort de te faire mon numéro
Je savais qu'avec toi il prendrait chaque fois”


Preciso traduzir a letra?

Wesley PC>

3 comentários:

Fábio Barros disse...

Precisa. :)
Meu francês é péssimo, então traduza Wesley, faz favor.

Gomorra disse...

Traduzo, portanto, fazendo minhas as palavras do Christophe, que é muito bom!

“Eu sou solitário e sou um incapaz
E dou meus conselhos para estas pessoas ao meu redor
Eu fui errado ao fazer de ti meu número
Eu sabia que tu te fiarias nisto a cada momento”

Mais ou menos isto, a”história de minha vida”!

WPC>

Pseudokane3 disse...

E o filme é bobinho, mas não custa nada dar uma olhadela...

Quer dizer, custa três Reais e meio = 112 minutos (sem contar o tempo de trajeto até o cinema), mas o Christophe tá engraçado, caladão, no final do filme...

WPC>