terça-feira, 24 de março de 2009

AUTOR DA VEZ: ERIC HOBSBAWM


Enquanto estiver lendo este brilhante historiador de naturalidade egípcia, travarei conexões com as rejeições de minhas idiossincrasias no mundo comum. Acabo de renunciar ao filme musical “O Fantasma da Ópera” (2004, de Joel Schumacher), em exibição na TNT, a fim de que meu irmão e minha mãe vissem os programas esportivos e telejornais que reclamavam. Não era sequer um bom filme, mas eu tinha curiosidade de vê-lo e desisti, a fim de evitar uma hecatombe familiar de maiores proporções.

Segundo Eric Hobsbawm, a vulnerabilidade da política liberal repousa na falta de confiabilidade, por parte dos governantes nacionais, em relação à democracia representativa enquanto forma de governo ideal e característica e em mais quatro condições sustentaculares, nem sempre de fácil acesso, que serão compartilhadas com situações de meu próprio cotidiano:

1 - O repouso deste tipo de democracia no que diz respeito ao consentimento e à legitimidade geral, que chafurda, em minha casa, na total falta de respeito de que disponho enquanto arrimo monetário de família;

2 – A verificação de um certo grau de compatibilidade entre os vários componentes populares, havendo a possibilidade de se determinar a soberania de um governo comum, condição que se estabana na total divergência de apreciações dos produtos culturais de massa entre os moradores de minha casa;

3 – A imposição preventiva de uma limitação no tempo de governo de quem estiver gozando da sobrnaia democrática, condição esta que, em minha residência como na de quase todos os que conheço, é invalidada pelo apreço doentio à autoridade patriarcal/matriarcal, acima de qualquer questionamento social;

4 – E, para finalizar, a necessidade de riqueza e prosperidade materiais, sobre as quais não preciso sequer tecer comentários (risos).

Como o canal TNT independe de um decodificador de sinal de TV por assinatura, estou conseguindo gravar o filme supracitado enquanto meu irmão e minha mãe satisfazem a sua sanha por tragédias televisivas. Isso é democracia?

Wesley PC>

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