“A vida passa, telefono e você já não me atende mais
Será que já não temos tempo nem coragem de dialogar?
Ainda ontem pela praia alguma coisa me lembrou você
E veio a noite, namorados se encontrando e eu estava só”
Quantas e quantas vezes ouvi esta canção, nas vozes de inúmeros intérpretes, até mesmo nas serestas “boca-quente” localizadas nas esquinas do conjunto residencial em que habito. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que esta canção foi composta por Paulo Diniz, artista que resolvi hoje, pela primeira vez oficialmente, em respeito a Rafael Maurício, que já ouviu compulsivamente o álbum em pauta, diante de mim, nas madrugadas barulhentas e inesquecíveis de Gomorra. Ótima surpresa!
Amei a faixa destacada (essa coisa de telefonar e não ser atendido tem tudo a ver comigo) e fiquei no meio termo emotivo no que diz respeito às litanias migratórias (“Vou-me Embora”, “Quero Voltar Pra Bahia”) e às faixas em que finais de romances são lamentados (“Maria das Dores”, “O Meu Amor Chorou”), mas gemi de gozo quando da execução de “Peixe Vivo”:
“Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
Como poderei viver, como poderei viver (sem a sua, sem a sua, sem a sua companhia)?”
Lindo, lindo, lindo!
E a voz do artista é tão rouca e peculiar, parecendo uma mistura do ‘hippie’ Ventania com Joe Cocker, sendo mixado pelos acordes iconoclastas de Henry Mancini. Gostei muito, usarei suas canções em várias lamentações futuras. Muito obrigado, Baiano, por apresentar-me a este pernambucano tão singular...
Wesley PC>
Um comentário:
Muito bom rever Paulo Diniz. Falta Caetano explicar porque é tão reverente a RC por Debaixo dos caracóis, e, pelo menos pra mim, nunca ter mencionado PD, que para muitos noticiou o exílio de Caê com I wanna to go back to Bahia, durante trocentos dias nas paradas com CV em Londres.Bom rever vcs de Gomorra.
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