quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O BÁLANO DE MEU AMADO (para Danilo, que não gosta de poesia nem de citações musicais)


O bálano de meu amado possui uma cicatriz
Que talvez eu nunca veja de perto
O bálano de meu amado não fica numa caixa
Nem debaixo da pia
Nem perto de uma fábrica de margarina
O bálano de meu amado fica colado em seu corpo
Em seu belo corpo
Em seu escultural corpo
Em seu doce corpo
Que é cercado por uma mente assustada
Mas que se permite sorrir ao telefone
Quando se permite sorrir...
O bálano de meu amado não sabe sorrir
Pois possui uma uretra, mas não possui dentes
Mas quando o meu amado sorri
É como se eu estivesse a perceber seu bálano sorrindo também
Pois eu não sei se ele gosta de Milton Nascimento,
Mas canto para ele:

“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver
Forte eu sou, mas não tem jeito: hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar?
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar”


E, nessa “Travessia”, se um dia eu tiver sorte, verei algum filme do Wong Kar-Wai ao lado do dono do bálano de meu amado...

Wesley PC>

Um comentário:

danilo disse...

eu gos|o de ci|ações, mas o blog aqui |a pior que aquelas monografias da ufs que |em 5 ci|ações por paginas. que |em mais ci|ação que |ex|o do au|or(a)

feop