domingo, 8 de fevereiro de 2009

MAGNIFICAT!


Aquele muso baiano cognominado Rafael Maurício certa feita virou-se para mim (sob efeito de algum remédio, quiçá) e disse que tinha interesse em pesquisar o catolicismo. Como eu sou um gomorrense com nítidas crenças religiosas e ainda mais nítidas intenções de inventar pretextos para ficar junto a quem amo, aceitei. Separei diversos filmes com temática para-religiosa a fim de ver a seu lado e, brincando, convidei-o para assistir a uma missa comigo. Só não tivemos oportunidades ainda de pôr este projeto em prática...

Estando aqui em Recife, porém, em pleno início de comemorações carnavalescas, inventei de participar de uma procissão católica. Repito: eu pedi para participar. Não me arrependi: as coisas que vi e ouvi neste evento ficarão marcadas para sempre no meu pensamento crítico! Tentarei aqui resumir algumas percepções:

A igreja que organizou a tal procissão foi a do bairro Candeias, aqui em Jaboatão dos Guararapes-PE. É um bairro habitado por semi-milionários e o piso de cobrança do dízimo mensal está em R$ 100,00. Conclusão: só tinha ricaço na caminhada. Tantos sorrisos, tantas gargalhadas, tanta subsunção às falácias comemorativas da Renovação Carismática, tentas canções dos padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo sendo executadas altissonantemente pelas proximidades da igreja...

Acompanhei o trajeto inteiro gargalhando. Eu e minha anfitriã pernambucana, que ria por perceber suas tradições religiosas de infância serem substituídas por uma desorganização zombeteira, que muito lembrava o próprio carnaval que eles não admitem gostar. Quer dizer, gostam, mas não admitem participar... Tentei não julgar aquelas pessoas (afinal de contas, eu estava ali porque quis!), mas foi engraçado (para não dizer: tétrico) perceber o que se tornou o rito católico que, pelo que entendi, interessa Rafael Maurício enquanto objeto de estudo. O pior: eu creio em Deus, eu entendo porque aquelas pessoas fazem tanta questão de gritarem publicamente que são crentes, que exultam ao pronunciarem o nome do Senhor Javé e de seus congêneres sub-familiares, mas... Caramba, a experiência de hoje à noite foi cômica (e reflexiva). Estou louco para chegar em Gomorra e contar tudo pessoalmente aos meus amigos queridos, de quem tanto sinto saudades.

Sem contar que não acho os recifenses fisicamente bonitos, mas o que tinha de molequinhos interessantes na igreja (risos). Pena que minha fidelidade imaginária e psicótica ao menino-do-qual-prometi–não-pronunciar-o-nome me impede agora de fazer alguma observação mais ousada do que isto (mais risos)...

Wesley PC>

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