“Devorava-o, noite e dia, uma implacável amargura, uma surda tristeza de vencido, um desespero impotente, contra tudo e contra todos, por não lhe ter sido possível empolgar o mundo com as suas mãos, hoje inúteis e trêmulas. E, como o seu atual estado de miséria não lhe permitia abrir contra ninguém o bico, desabafava vituperando as idéias da época”. Esta é a descrição do parasitário Botelho, personagem surgido no capítulo II da obra-prima naturalista “O Cortiço” (1890), de Aluísio Azevedo, o qual comecei a ler esta semana e comecei a descobrir muitos ecos com as depravações e contradições de Gomorra. Recomendo a qualquer um, portanto!
Wesley PC>
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