sábado, 20 de dezembro de 2008

AS COISAS QUE VEMOS NOS FILMES, MAS QUE SEMPRE, SEMPRE ESTIVERAM AO NOSSO REDOR...


Primeira cena: um filme dentro do filme.
Uma atriz senta-se no fundo de uma sala de cinema e vê a si mesmo na tela, quando interpretara uma decadente artista viciada em drogas, que suplica consolo toxicômano a uma ambiciosa enfermeira, que a ignora, que nega, nega e nega. Até que a artista decadente consente em dar a ela tudo o que tem. A enfermeira mostra-lhe um contrato pré-redigido, transferindo-lhe todas as suas posses, e é saciada em seu vício, tornando-se cativa, produto da malévola enfermeira.
Fim da cena: de volta ao mundo que nos cerca.

Assim começa “O Desespero de Veronika Voss” (1982), penúltimo filme do alemão homossexual Rainer Werner Fassbinder, responsável por minha insônia de hoje, não porque tenha me identificado, mas porque, ao contrário, porque vi de longe, quando poderia estar agindo de dentro, intercedendo para que esse tipo de dependência não mais se repita, que esse tipo nocivo de exploração do homem por seu próprio semelhante não volte a acontecer, impedindo que paixões mal resolvidas desencadeiem esse tipo de entrega à dor e à agonia...

“De que adianta saber se as dores são reais ou imaginadas se elas existem para aqueles que as sentem?”, pergunta uma sádica neurologista numa cena decisiva do filme. Fiquei sem capacidade responsiva. Apenas anuí!

Por causa deste filme, pensei no quanto persigo Marcos Vicente, no quanto me sinto injustiçado por algumas de suas idiossincrasias quando, na verdade, talvez ele possa estar vivenciando o mesmo tipo de dor que eu, só que noutra direção, num rumo particular que, para além de como ele reaja, talvez não me diga respeito, que eu devo mais é aceitar as pessoas como elas são... Sejam suas dores reais ou inventadas, elas existem para quem sentem! E Marcos Vicente é um rapaz que sofre também... Aproveito este espaço, portanto, para lhe pedir desculpas mais uma vez. Suponho que estejamos nos entendendo, graças aos recursos virtuais do MSN, mas, puxa, meu vício nele dar-me-á a impressão de que sempre terei algo mais a dizer-lhe, algo mais a falar-lhe, algo mais... Que nem aquela música d’Os Mutantes que foi concebida como ‘jingle’ para a Shell (revendedora de produtos petrolíferos), mas é muito, muito mais do que isso!

“Dê a partida, acelere a vida, vamos amar...”
Wesley PC>

Um comentário:

Elaine Crespo disse...

Para mim o titulo de teu post não é novidade!
Na minha vida os filmes sempre fizeram parte ativa!E foram muito presentes desde a infância...!
Só não confundo eles com vida real.Existe sim uma identificação que as vezes chega a ser dolorosa! Como "Cléo de 5 ás 7" que me faz reviver sentimentos mas que tbm me ajuda a vivenciar eles!

Aliais presente seu(risos)!

Um exelente FDS!

Beijos
Elaine