quarta-feira, 12 de novembro de 2008

PARTE II: PUNIÇÃO E CASTIGO


Os últimos textos que ando publicando aqui vêm acompanhados pela palavra “erro”. Volta e meia, eu assumo a minha culpa pelos inconvenientes que suponho causar em virtude de minha obsessão exacerbada por um dos belos integrantes de Gomorra. Para além de minhas (boas) intenções, sou constantemente afligido por minha herança de culpa católica e fico imaginando que mereço/preciso ser punido. Lembro, então, de um clássico “filme primitivo” e percebo que talvez não, que a punição não resolve, só sacia o fulgor vingativo de pessoas que se consideram melhores que outras...

O filme em pauta chama-se “Electrocuting an Elephant” (1903, de Thomas A. Edison, o inventor da lâmpada) e não tem sequer um minuto de duração. Tudo o que ele mostra é a elefanta Topsy sendo morta através de uma forte descarga elétrica, visto que a mesma havia pisoteado por acidente alguns funcionários de zoológico que a provocaram com violência. Tudo o que ela havia utilizado era um instinto sobrevivencial de defesa, num habitat que não era o dela. Mereceria a tal elefanta realmente ser punida com a morte? Pelo sim, pelo não, ela foi escolhida para morrer de tal forma porque empresários queriam aproveitar a situação para demonstrar os perigos da corrente elétrica. O “crime” da elefanta era apenas um pretexto! Bem-vindos à noção legislativa que permeia a contemporaneidade pós-burguesa.

Wesley PC>

Nenhum comentário: