segunda-feira, 24 de novembro de 2008

ESTÉTICA DO CAPITALISMO COMO ESTRUTURA SEDUTORA


Às vezes eu entro no MSN com o apelido “se eu fosse mulher hoje? Alice!”. Detesto MSN, acho chato, frívolo. Não consigo passar muito tempo lá e nunca fui fã de “paquera virtual”. Acho que é por isso que os homossexuais fãs de ‘guetos’ não me aceitam como um deles (risos).

Que seja, paralelamente a esta inaceitação toda, estou resolvendo uns problemas esta semana num lugar chamado NPDOV (Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira) e estou entrando diretamente em contato com o que se pretende o nucléolo artístico e cinematográfico de Sergipe. Porra, velho! O pessoal só fala de dinheiro, de orçamento, de financiamento, dos detalhes industriais da empreitada. É cobra comendo cobra. Definitivamente, não é deste mundo que quero participar!

Querendo ou não participar, tem um seriado que passa todo mundo na HBO que me faz pensar muito nestes focos ‘yuppies’ contemporâneos. O nome do seriado é “Alice” e é protagonizado por uma menina que viaja de Tocantins para São Paulo e lá deseja crescer, passando por cima de todos os amigos, pedindo dinheiro emprestado o tempo inteiro, fingindo ser descolada, fazendo promessas que não pode cumprir... Puxa, o clima do seriado é sincero pacas! Pudera, o diretor é o Karim Aïnouz, que já legou pelo menos duas obras fundamentais ao cinema brasileiro: “Madame Satã” (2002) e “O Céu de Suely” (2006). Quem tiver HBO em casa, tem mais é que conferir!

E, só para provar que o seriado está coberto de razão em seu retrato desta raça empreendedora que chafurda nossas universidades, um exemplo prático: na quarta-feira, estava eu no trabalho de Luiz Ferreira Neto, abraçando Marcos Vicente de pé. De repente, uma mulher abre a porta e começa a mostrar os computadores para alguém mais velho, um fiscal do maquinário, talvez. “Pode olhar. Todos os computadores são novos. Aquele ali está quebrado, mas é novo também. Até mesmo os que estão com defeito são novos!”. Não pude conter o riso!

Wesley PC>

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