sábado, 8 de novembro de 2008

EM BREVE, TOM ZÉ EM SERGIPE!


Não é fácil escolher o melhor álbum deste artista definitivo que atende pela alcunha de Tom Zé. Como ele estará realizando dois dias de concerto em nosso Estado, no final deste mês de novembro, não custa nada escutarmos em Gomorra várias e várias de suas obras-primas musicais, para nos esgoelarmo-nos quando fomos juntos ao ‘show’.

O álbum que ilustra este comentário, “Todos os Olhos” (1973), famoso por sua polêmica capa da bola de gude no meio do cu, talvez seja aquele que eu mais goste, assim de supetão, em virtude de como cada uma das faixas do álbum homenageia um gênero musical diferente. Senão, vejamos:

A álbum começa com a antológica e experimental “Complexo de Épico”, que zomba desta “mania danada, desta preocupação de falar tão sério, de parecer tão sério, de sorrir tão sério, de chorar tão sério. (...) Ah, meu Deus do Céu, vai ser sério assim no Inferno”. Tudo a ver comigo e com preocupações recentes de Gomorra.

Segue-se: uma antológica versão orgânica para “A Noite do Meu Bem”; a onomatopaica “Cademar”; a faixa-título, em que o sábio compositor diz que não pode ser Deus porque não tem chicote (hehehe); o clássico neo-caipira “Dodô e Zezé”, que responde à pergunta “por quê? Por quê?” com a frase “é porque, é porque”; e “Quando eu Era sem Ninguém”, cujo título perfeito dispensa maiores explanações.

Minha faixa preferida, a sétima, “Brigitte Bardot”, é “a estória de minha vida”, linda canção que explica, num tom chistoso, o que a falta de amor pode fazer a uma pessoa, respeitada como mito por outros seres, mas solitária e muito sofrida por dentro. O resto do álbum é genial também, mas peço permissão para abandonar a minha crítica faixa-a-faixa neste momento, utilizando, inclusive, uma frase divina do álbum anterior, “Se o Caso é Chorar” (1972), na faixa “Dor e Dor”, que tem tudo a ver com o que precisarei dizer quando um dado baiano voltar para sua terra natal: “o brilho do teu riso é mais quente que o sol do meio-dia e mais, e mais...(...) E depois que você partiu, o mel da vida apodreceu na minha boca, apodreceu na minha boca”.

Só mesmo o baiano Tom Zé para saber o impacto que outro baiano tem em nossa vida (risos)

Wesley PC>

Um comentário:

Unknown disse...

"Com quantos quilos de medo se faz uma tradição?" e "Eu chamei a dor pra fazer um samba triste e pedir que me arrumasse um amor e uma mágoa" são versos que eu adoro do disco "Se o caso é chorar".

Lhe parafraseando: Esse vai ser o show da minha vida