sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Coroa de Flores




Enquanto o sol girar em torno da existência
Existirá calor e luz entre os nossos corpos nus.
Era o que eu acreditava
Até que me imobilizaram com essas flores
E logo, os que eu mais amava.
Todos os meus amigos, irmãos, pais e filhos
Numa sala escura, não por falta de luz,
Mas por falta de cor, refletida de suas vestes.
E todos aos prantos como se eu estivesse preso numa cruz
Velas acesas e a coroa, que nunca tive, ao meu lado.
E a música que eu não ouvia, eles abraçados
Ouviam com os olhares encharcados
A união estava de mãos dadas com a compaixão
Carregando-me para minha nova residência.
A chuva caia e eu não sentia
E sete palmos mais tarde o que sobrou foi areia
Aumentando a escuridão que envolvia o meu inexplicável coração
Já que os que estavam ao meu lado, logo, se afastaram.
E não os tinha mais ao meu redor.
Abrem-se as portas do além
E descobre-se que a gravidade já não é tão grave,
Pelo menos, quanto diziam ser.
As nuvens tentavam esconder minha visão
Enquanto organizavam os papéis
Fique certo de que:
-Foram-se os dedos e ficaram-se os anéis.

Marcos Vicente Miranda Santos, 2006

3 comentários:

Pseudokane3 disse...

Juro que hoje é difícil entender, caro Marcos...

Digamos que "a escuridão que envolveu o teu inexplicável coração" esteja muito mais densa hoje, turvando a minha visão, impedindo a minha adequada compreensão de teu poema...

Fico cá, misturando as referências do Sol e da chuva que não sentias... Mas a citação dos anéis que ficaram é muito boa...
No meu caso, nem mais os aneís estão ficando...!

WPC>

Unknown disse...

Por mais que eu não entenda à primeira lida, ainda prefiro na arte a subjetividade. Prefiro musicar essa do que a outra que você me pediu.

Marcão disse...

sinta-se a vontade Leno pra fazer o que bem entender... Não precisa nem pedi!!!

vai em frente, se quiser musicar!!!

Abraços a todos!!!