sábado, 22 de novembro de 2008

AGENOR DE MIRANDA ARAÚJO NETO? AH, EU GOSTO!


Lembro que, quando foi lançado, o filme “Cazuza – O Tempo Não Pára” (2004, de Sandra Werneck & Walter Carvalho), muitas polêmicas acompanharam-no. Lá em meu trabalho, por exemplo, as velhas funcionárias desestimulavam-me a gostar deste menestrel da solidão, no sentido de que, segundo elas, “ele só era assim porque tinha dinheiro. É fácil ser rebelde quando se é rico e viciado em drogas”. Enquanto isso, na mídia, o boato que rolava era que a homossexualidade do artista tinha sido amenizada por demais nas telas. Segundo as entrevistas divulgadas nos meios de comunicação de massa, Cazuza era mostrado fodendo mais homens do que mulheres. Em meio a estas duas correntes de mal-agouros contra o filme, fui vê-lo, sem esperar muita coisa, apenas para passar o tempo, talvez.

Façamos de conta que eu não tenha gostado do filme. As paranóias acusadoras do primeiro parágrafo fizeram sentido? Acho que não. O que mais me incomodou nesta produção foi o tempo excessivo dedicado a sua mãe. Em verdade, o filme é mais uma biografia de Lucinha Araújo (mãe do artista, vivida com a competência habitual da iracunda Marieta Severo) do que necessariamente do personagem citado no título do filme. Tudo é mostrado sob o prisma dela, é a dor dela que querem que sintamos, é ao lado dela que os roteiristas desejam que estejamos quando ela joga toda a maconha do filho pela privada, onde a câmera se esconde, faminta por atenção...

Quando o filme passou na TV aberta, minha mãe não quis ver. Ela tem medo de homens se beijando! É sempre assim... Ela até admite que homossexuais façam sexo, mas que eles se beijem... “Ah, isso é demais pra mim!”. Minha mãe faz parte de um grupo muito grande de pessoas, ao qual é destinada a biografia filmada da Lucinha Araújo. “Só as mães são felizes”, diz o título de um livro biográfico, no qual o filme se baseou, enquanto eu fico aqui me contorcendo ao som de um cara que inicia uma música dizendo “o meu partido é um coração partido”. O meu também...

Wesley PC>

2 comentários:

Unknown disse...

Gosto mais do cazuza que eu conheço através das entrevistas de Lobão ou Ney Matogrosso, além do que eu ouço nas músicas do próprio. Falar nisso, há meses to com a discografia de Cazuza com os 3 primeiros álbuns do Barão tb, é de Cleidinho, vou devolver, mas se quiser acho q ele te empresta. Tem uma música que gosto muito que ele diz "O amor na prática é sempre ao contrário". É bem verdade.

Unknown disse...

"Só as mães são felizes" tb é nome de uma múcisa do Cazuza. Pelo que entendo da música, só as mães são felizes pq elas nunca vêem o lado ruim das coisas, quer dizer, nunca vêem o lado ruim dos filhos. (Isso se é lado ruim né?)